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Por Redação O Sul | 8 de agosto de 2015
Manuel Contreras, general do Exército chileno e diretor da temida polícia política da ditadura de Augusto Pinochet, morreu na noite desta sexta-feira (07), aos 86 anos, em um hospital de Santiago.
Contreras, condenado a mais de 500 anos de prisão por múltiplos casos de tortura, desaparecimento e sequestro de opositores, morreu no Hospital Militar de Santiago.
O militar, considerado um dos maiores criminosos da história do Chile, sofria de câncer e diabetes e teve seu estado de saúde agravado nos últimos dias. “Era um dos homens mais desprezíveis do Chile, matou muita gente”, disse na Televisão Nacional o advogado dos direitos humanos Roberto Garretón.
Considerado a “mão direita” de Pinochet – seu professor na Academia de Guerra e com quem tomava café da manhã nos primeiros anos do regime –, Contreras dirigiu a temida Dina (Direção Nacional de Inteligência), a polícia política que vitimou mais de 3.200 opositores, entre mortos e desaparecidos, durante a ditadura (1973-1990). Ele começou a organizar a Dina antes do golpe militar com o qual Pinochet derrubou Salvador Allende
Contreras morreu sem cumprir os mais de 500 anos de prisão a que estava condenado em dezenas de julgamentos por violações de direitos humanos, mas com seu grau de general e sem ter se arrependido de seus crimes.
Ele nunca reconheceu nada e, quando as evidências apontavam sua responsabilidade, culpava outras pessoas, até mesmo o próprio Pinochet, a quem em seus últimos anos acusou de ter enriquecido com o narcotráfico. (AG)