Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 25 de julho de 2015
O movimento raeliano – grupo que diz acreditar que a vida na Terra foi criada por seres de outro planeta – fez um pedido formal ao governo de Portugal para que seja construída uma embaixada para extraterrestres no país.
O espaço serviria não somente como representação diplomática, mas para pouso de naves espaciais. Na área total de 4 mil metros quadrados haveria ainda um amplo gramado, piscina, sala de reunião e alojamento para os visitantes intergalácticos descansarem.
Orçado em 40 milhões de dólares (cerca de 130 milhões de reais), o projeto foi assinado pelo arquiteto português Marco Antunes. O profissional diz que, apesar de ter dado palpites na obra, os aspectos fundamentais teriam sido transmitidos por um arquiteto alienígena em contatos anteriores com membros do grupo.
A grande estrutura circular do edifício lembra as esferas encontradas em lavouras em diversas partes do mundo. “Sabemos que muitas dessas esferas são falsas, mas algumas são genuínas”, garante o arquiteto, que usou o “estudo prévio” e a forma proposta por um outro arquiteto do movimento nos anos 1990. Ou seja: o projeto não é novo, mas andava parado.
Os raelianos queriam mesmo construir a embaixada em Israel, mas diante da negativa do país, resolveram promover o edifício e cogitar sua implantação em outros lugares. Além do complexo especialmente desenhado para as necessidades alienígenas, a embaixada tem outros requisitos, como estar instalada em um país de clima ameno e que respeite os direitos humanos, ter uma zona de exclusão aérea, além de ser afastada do monitoramento direto de radares. Portanto, o bairro do Restelo, zona nobre de Lisboa onde estão situadas boa parte das embaixadas no país, já teria de ficar de fora.
Além disso, o grupo não abre mão de um traço comum a esse tipo de representação: inviolabilidade diplomática. “O problema não é dinheiro. Isso o movimento raeliano pode arrecadar. O que gostaríamos é do reconhecimento desse espaço como uma embaixada, com o direito de extraterritorialidade”, explica o espanhol David Uzal, coordenador da iniciativa em Portugal. “Poderíamos comprar um terreno grande em algum país, mas queremos que a embaixada tenha o status reconhecido pelo governo.”
O grupo ainda não definiu que área de Portugal seria mais indicada, mas Antunes palpita que o Alentejo, devido à geografia, seria uma boa opção. Além dos benefícios para a salvação do planeta, os raelianos dizem que a embaixada poderia ajudar a cambaleante economia portuguesa. A construção, ao seu ver, traria investimentos diretos e atrairia raelianos abastados de várias partes do mundo.
Crenças.
Fundado na década de 1970 pelo ex-jornalista francês Claude Vorilhon, que desde então adotou o nome Rael, o movimento raeliano afirma que a vida na Terra não surgiu espontaneamente, mas por meio do chamado design inteligente, usando o DNA de um povo extraterrestre, os Elohim. Estima-se que o movimento tenha pouco mais de 70 mil adeptos no mundo todo.
Os ETs teriam entrado em contato com alguns profetas ao longo dos séculos – entre eles Maomé e Jesus Cristo – e passado mensagens, dando sinais de seu retorno. Mas, para esse retorno ocorrer, os extraterrestres teriam exigido demonstração de que os humanos realmente querem o contato. E é aí que entra a embaixada. “O ideal é que fosse em Israel, pela ligação que os Elohim têm com o povo judeu e pela importância daquele local para várias religiões, mas eles já negaram o pedido”, explica Uzal. O objetivo é ter a embaixada pronta para o retorno dos ETs previsto para 2035. Além de Portugal, outros países devem ser contatados.
O Brasil está na lista e foi destacado, segundo os raelianos, pela pluralidade religiosa. Há mais de uma década, eles chegaram a conversar com o governo brasileiro sobre o assunto, mas as negociações não avançaram. (Folhapress)