Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 18 de outubro de 2017
Cerca de 1 mil integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) que ocupam desde o início da manhã de terça-feira pátio do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, realizam nesta quarta-feira (18), a partir das 14h30min, uma marcha até o Palácio Piratini, no Centro Histórico da cidade.
Conforme Ildo Pereira, dirigente nacional do MST, a marcha, que sairá da sede do Incra (avenida Loureiro da Silva, 515, Centro Histórico), tem o objetivo de denunciar à população o desmonte de políticas públicas para a Reforma Agrária no país. Em frente ao Palácio Piratini será realizado um ato, a partir das 16 horas, com a participação de centrais sindicais e movimentos populares, para denunciar os retrocessos que estão sendo colocados à sociedade brasileira pelo governo de Michel Temer (PMDB), como a reforma da previdência e o corte dos orçamentos de 2018 para a agricultura familiar e a reforma agrária.
Já às 18 horas, uma comissão de trabalhadores Sem Terra, acompanhada do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Edegar Pretto, participa de audiência com a Casa Civil. A solicitação de agenda com o governo gaúcho foi motivada pela crise do leite no estado, devido decreto que incentiva a importação de leite em pó de países vizinhos, especialmente do Uruguai, e que prejudica a cadeia local. Os Sem Terra também vão pautar a desapropriação de áreas do Estado para a Reforma Agrária; o fechamento de escolas do campo e o andamento dos processos burocráticos para a execução dos projetos contratados via Programa Camponês.
Na ocasião, os integrantes do MST pretendem se posicionar contra a titulação dos assentamentos que está sendo executada pelo governo federal. Segundo Pereira, o Movimento defende a CDRU (Concessão de Direito Real de Uso), que não permite aos beneficiários da reforma agrária vender seus lotes, mas lhes garante o direito de transferir aos seus filhos.
Jornada Nacional
A marcha faz parte da Jornada de Luta pela Reforma Agrária no Rio Grande do Sul, que começou nesta terça-feira (17) com ocupação do pátio do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária, em Porto Alegre. Mais de 1,5 mil pessoas participam da mobilização, com o intuito de reivindicar a recomposição do Orçamento de 2018 para a política da Reforma Agrária.
Na manhã de hoje, integrantes do MST se reuniram com o superintendente regional do Incra para tratar da liberação de cestas básicas para os acampamentos, que estão há 11 meses sem receber alimentos, da desapropriação de áreas para a reforma agrária e da situação do Pronera no Estado. A partir das 15 horas, integrantes do MST se reúnem com a Casa Civil em Brasília, para tratar da pauta nacional.