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Por Redação O Sul | 10 de outubro de 2015
Dossiê entregue pelo Ministério Público suíço à PGR (Procuradoria-Geral da República) do Brasil revela que o dinheiro que saiu de uma conta secreta na Suíça atribuída à jornalista Claudia Cruz, mulher do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), pagou despesas com dois cartões de crédito e até uma famosa academia de tênis na Flórida, nos Estados Unidos.
Segundo os investigadores, o dinheiro é fruto de propina da Petrobras, mais especificamente de um contrato de 34,5 milhões de dólares da estatal relativo à compra de um campo de exploração em Benin, na África.
Segundo dados do banco Julius Baer, os recursos foram movimentados na conta com nome fantasia KOEK, que está em nome da jornalista, entre 2008 e 2015, e tem uma das filhas do deputado como dependente.
Essa conta tinha 146,3 mil francos suíços e foi bloqueada pelo Ministério Público da Suíça em 17 de abril de 2015, um mês após o STF (Supremo Tribunal Federal) abrir inquérito contra Cunha por suspeita de participação no esquema de corrupção da Petrobras investigado pela Operação Lava-Jato.
Gastos
Em um dos cartões de crédito foram gastos 525 mil dólares de janeiro de 2013 a abril de 2015. O outro registrou despesas de 316,5 mil dólares em quatro anos.
Os familiares de Cunha gastaram ainda 59,7 mil dólares com a IMG Academies, academia de tênis do treinador Nick Bollettieri na Flórida – uma das mais prestigiadas do mundo. Ele é considerado um “descobridor de estrelas” e já treinou campeões mundiais como Andre Agassi, Boris Becker e as irmãs Venus e Serena Williams. Além das aulas na Flórida, Bollettieri dá várias clínicas de tênis pelo mundo, inclusive no Brasil. (Folhapress)