Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2017
A dona de casa Élida Souza Matos registrou nesta sexta-feira (23) uma ocorrência numa delegacia de Brasília acusando o marido, o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Admar Gonzaga, de agressão. Pelo cargo que ocupa, ele tem foro privilegiado para ser processado apenas no STF (Supremo Tribunal Federal). Assim, o caminho natural é que a queixa siga para a Corte. Antônio Carlos de Almeida Castro, advogado de Admar, diz que o episódio não passou de um desentendimento e que Élida já está registrando uma retratação na delegacia.
Conhecido pelo apelido Kakay e por ser um dos criminalistas mais requisitados de Brasília, o defensor afirmou que a ocorrência foi feita no calor do momento. Apesar da retratação, isso não é capaz, por si só, de levar ao arquivamento do caso. O Ministério Público pode assumir a investigação, e o arquivamento só pode ser deferido pelo Supremo. Élida chegou à delegacia com o olho roxo e passou por exame de corpo de delito no IML (Instituto Médico Legal).
“Nas ações penais públicas condicionadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renúncia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público”, diz trecho da Lei Maria da Penha.
“O casal Élida Souza Matos e Admar Gonzaga Neto lamenta profundamente e pede desculpas a seus familiares e amigos pelo incidente ocorrido, que não passou de um desentendimento, com exasperação de ambos os lados. Esclarece ainda que o fato noticiado pela imprensa está sendo tratado pelo próprio casal estritamente no âmbito familiar e que buscará o melhor entendimento e o pleno resguardo da integridade de ambos. Nesse momento delicado, pede a todos e todas compreensão e que respeitem a intimidade e a privacidade do casal”, afirmou Kakay em nota.
Depois, ele mandou uma segunda nota, complementando a anterior: “Sou advogado e amigo dos dois. Houve uma ocorrência, feita por ela no calor do desentendimento, mas ela já está registrando uma retratação o que levará ao arquivamento da ocorrência.” A nota não desmente que houve agressão.
Outro caso
O caso do senador Lasier Martins (PSD-RS), que também foi acusado de agressão pela mulher, está no Supremo. O processo corre em sigilo, e o relator é o ministro Edson Fachin. O senador nega a agressão e afirma estar em processo de separação.
A jornalista Janice Santos, mulher de Lasier, o denunciou por agressão após ter cortado a mão em um porta joia e ter apanhado de cinta do marido. Segundo ela, as agressões ocorriam há dois anos e meio, mas no dia 27 de março deste ano a situação foi “a mais humilhante” pela qual já passou.
Em nota, o senador do Rio Grande do Sul negou a agressão e disse que “está triste com o acontecimento”, mas aguarda o andamento do processo judicial da separação para apresentar provas de que é inocente.