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Brasil Mulheres que acusam o médium João de Deus avaliam entrar na Justiça

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Médium ficou menos de dez minutos na casa em que atende, em Abadiânia, nesta quarta. (Foto: Reprodução)

Aumenta cada vez mais o número de mulheres que denunciam terem siso abusadas sexualmente por João Teixeira de Faria, o médium João de Deus, após os relatos de vítimas durante o programa Conversa com Bial, da TV Globo.

Ao menos sete mulheres que relataram seus casos ao jornal O Globo estão analisando individualmente se irão apresentar denúncias ao Ministério Público ou se vão aguardar a própria Promotoria tomar o primeiro passo. A autarquia tem essa prerrogativa, a partir das denúncias noticiadas. Pelo menos três das sete mulheres ouvidas pelo jornal  estão se aconselhando com advogados para determinar como devem proceder.

Até o momento, ainda não foi aberta nenhuma medida judicial contra João de Deus.
Uma mineira de 32 anos contou ao jornal O Globo que chegou a considerar se mudar para Abadiânia, em Goiânia, onde fica o hospital espiritual de João de Deus, e que o médium lhe ofereceu uma mesada. Segundo o relato da mulher, o médium tentou colocar a mão dentro das calças dela.

Relatos

“Desde a primeira vez que fui, a entidade me chamou para conversar na salinha. Ele teve uma conversa gentil, cavalheiresca. Falou do poder de curar e tudo que poderia fazer”, disse a mineira de 32 anos. “Cheguei a considerar morar lá. Ele me ofereceu uma mesada para viver ali, disse que poderia ajudar no financiamento de um negócio, se eu quisesse. Uma vez, fez questão de me chamar para vê-lo negociar a compra de uma fazenda. Senti que queria demonstrar poder e dinheiro, achei aquilo muito estranho”, revelou a vítima.

Ela revela que uma vez que ele a levou à “salinha”, o médium assou as mãos pelas laterais do seu corpo, até chegar à parte da frente, como se estivesse a abraçando e tentou colocar a mão dentro de sua calcinha. “Foi quando eu conseguir dizer ‘não!. Assustada, tirei a mão dele, rápido. Dessa vez tive muito medo, porque eu já tinha entrado ali antes, mas ele nunca tinha feito algo assim.”

Outra mulher, uma gaúcha de 36 anos, também contou sobre os abusos, quando ela tinha 15 anos. Assim como nos relatos anteriores, ela revelou que foi levada pelo médium para uma sala de seu “hospital espiritual” em Abadiânia, onde sofreu o abuso.

“Fui algumas vezes para lá, fiz amizades, mas não frequento mais devido ao que aconteceu. Acredito que tenha sido em 2013 ou 2014, não posso precisar”, disse a gaúcha, que indicou ter sido convidada a entrar na sala fechada. “Ele me colocou deitada em um colchão no chão e foi me acariciando, toda hora eu abria os olhos. Então perguntei quem era a entidade que estava ali e ele me disse de maneira rude: é Joaquim. Depois, perguntei a outras pessoas quem era esse Joaquim e ninguém sabia, ele inventou esse nome. Ele passava a mão por todo meu corpo, inclusive nos meus seios e na minha genitália, passava muito a mão nas minhas pernas e dizia: “Você vai ver como vai melhorar. Eu preciso te curar.”

Ela contou que ele a levou para um corredor estreito, que dava num banheiro, e começou a apalpar e a pressioná-la contra a parede. “Foi uma meia hora de pesadelo. Eu não conseguia reagir, porque tinha muito medo. Estou morrendo de medo de dar essa entrevista, porque sei que não estamos sozinhos nessa Terra e a espiritualidade é muito poderosa. Quando eu estava de costas para ele, pressionada contra a parede, ele pegou minha mão, colocou nas partes íntimas dele e rebolava. Só de te falar isso me embrulha o estômago, eu fico com raiva.”

 

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https://www.osul.com.br/mulheres-que-acusam-o-medium-joao-de-deus-avaliam-entrar-na-justica/ Mulheres que acusam o médium João de Deus avaliam entrar na Justiça 2018-12-09
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