Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2015
Pela primeira vez na história, a Arábia Saudita organizou nesse sábado eleições abertas às mulheres, candidatas e eleitoras, um tímido passo em direção à igualdade de gênero. Os colégios eleitorais abriram às 8h (3h de Brasília-DF) e um correspondente da AFP constatou o início da votação no Centro de Riad.
Mais de 900 mulheres, junto a cerca de seis mil homens, buscam ocupar uma cadeira nas assembleias locais, enquanto lidam com poderes limitados em termos de circulação. “Acredito que esta etapa será eficaz e muito positiva”, declarou à AFP Badreldin al-Sauari, candidata em Riad. As eleições nas quais serão eleitos somente dois terços do total de vereadores representam tímida abertura na Arábia Saudita, reduto do wahhabismo – doutrina sunita puritana baseada na interpretação literal do Alcorão – e um dos países que mais restringem os direitos das mulheres no mundo.
A Arábia Saudita era o último país no mundo a negar às mulheres o direito de voto. Algumas afirmaram que o registro de eleitoras foi complicado devido a obstáculos burocráticos, da falta de informação e porque as mulheres são proibidas de dirigir, o que dificulta a locomoção.
No país, as mulheres devem se vestir de preto da cabeça aos pés quando estão em público e necessitam da permissão de um membro masculino da família para viajar, trabalhar e casar. Para algumas, o fato de ter feito campanha já é uma vitória.