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Geral Na fila do desemprego, o brasileiro topa qualquer oportunidade de trabalho

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(Foto: Marcello Casal Jr/ABr)

Todos os dias, antes das sete da manhã, uma fila começa a se formar em um dos corredores principais da estação de metrô do Brás, na região central da capital paulista. Entre os passageiros que saem apressados dos trens, dezenas de desempregados esperam atendimento em um posto estadual de emprego, onde se cadastram em busca de trabalho. Na fila do desemprego, os brasileiros topam qualquer oportunidade.

Mesmo após o fim da recessão — oficialmente encerrada em 2017 —, o mercado de trabalho ainda não dá sinais consistentes de recuperação. No primeiro trimestre, dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) Contínua, do IBGE (Instituto Brasileiro de Economia e Estatística) apontam que a taxa de desocupação no 1º trimestre de 2019 foi de 12,7%, 1,1 ponto percentual acima do trimestre anterior (11,6%).

Nesta quinta-feira (16), o IBGE divulgou que o desemprego cresceu em São Paulo e em mais 13 Estados, com destaque para o Amapá, onde a taxa chegou a 20%. A pesquisa também mostra que 5,2 milhões de pessoas procuram trabalho há mais de um ano.

Os dados da Pnad Contínua apontam ainda que a taxa de subutilização do primeiro trimestre é a maior dos últimos sete anos em 13 das 27 unidades da federação. Essa taxa leva em conta os trabalhadores que estavam desocupados e os que trabalhavam uma quantidade insuficiente de horas.

Na fila do desemprego, a situação complicada do mercado de trabalho e a falta de perspectiva de melhora são temas recorrentes. Sem conseguir recolocação, os trabalhadores dizem acreditar que a situação piorou nos últimos meses e que conseguir uma vaga ainda é um objetivo distante.

Marcos Calixto Ribeiro, de 28 anos, sabe que a crise no mercado de trabalho ainda é grave, mas não esperava ficar desempregado este ano. Ele perdeu o emprego há cinco meses, quando o restaurante em que era auxiliar de cozinha faliu e, desde então, mal consegue ser chamado para entrevistas. “Pelo menos, minha mulher está trabalhando, o que já ajuda um pouco nas contas.”

Vera Lúcia Barbosa, de 54 anos, tenta voltar ao mercado de trabalho há seis meses. Ela, que trabalhou como empregada doméstica por 18 anos para uma mesma família, tinha se tornado auxiliar de limpeza de uma metalúrgica, quando deixou o emprego doméstico. Ficou na empresa por mais de um ano. “Mas a crise acabou reduzindo a produção da fábrica e me mandaram embora. Agora, topo o que aparecer. Com a família dependendo de mim, não dá para ficar escolhendo muito.”

Sérgio Roberto Araújo, de 37 anos, procura um emprego fixo desde 2016. Encanador, ele trabalhava na construção de edifícios comerciais e residenciais na Grande São Paulo, até que a recessão abalou o setor de construção e ele ficou sem emprego. “Por sorte, minha mulher e meus dois filhos estão trabalhando, mas tudo ainda está muito devagar. Na semana passada, comemorei quando fui chamado para a primeira entrevista de emprego em anos.”

Crise generalizada

A situação do mercado de trabalho, marcada por elevado desemprego e subutilização da mão de obra, assim como pelo crescimento de ocupações típicas da informalidade, está generalizada em todo o País, afirmou o coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo.

“O grande destaque é que a situação que a gente vive hoje no Brasil não está localizada num Estado ou noutro. A queda na carteira (de trabalho) se dá em todos os Estados. O aumento da informalidade acontece em todos os Estados”, afirmou.

Azeredo destacou que registrar taxas de desemprego mais elevadas é característica estrutural do mercado de trabalho no Nordeste. Só que, mesmo os Estados do Sul, que tradicionalmente registram as menores taxas, estão em situação pior do que estavam antes da crise. Santa Catarina já registrou níveis na casa de 2,0%, disse.

“Santa Catarina tem a taxa mais baixa, mas não estava acostumada com esse nível de desocupação. Hoje, Santa Catarina tem a taxa que o Brasil tinha em 2014”, disse o pesquisador do IBGE.

A taxa de desalento no Brasil ficou em 4,4% no primeiro trimestre, recorde da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012. O Maranhão teve a maior taxa, com 17,9%: o Estado tem 561 mil pessoas desalentadas. As menores taxas de desalento estão no Rio (1,2%) e em Santa Catarina (0,9%).

A população desalentada é definida como aquela que estava fora da força de trabalho por uma das seguintes razões: não conseguia trabalho, não tinha experiência, era muito jovem ou idosa ou não encontrou trabalho na localidade – e que, se tivesse conseguido trabalho, estaria disponível para assumir a vaga.

Em todo o Brasil são 4,843 milhões de pessoas nessa situação, 768 mil moram na Bahia, Estado que têm o maior contingente de desalentados. As informações são do jornal Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/na-fila-do-desemprego-brasileiro-topa-qualquer-oportunidade-de-trabalho/ Na fila do desemprego, o brasileiro topa qualquer oportunidade de trabalho 2019-05-16
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