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Mundo Na luta contra o terror nos Estados Unidos, os números contrariam discurso de Donald Trump e mostram que sete em cada dez acusados são americanos

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Atentado terrorista em Nova York matou oito pessoas. (Foto: Reprodução)

O presidente Donald Trump não mostrou dúvidas: após o atentado terrorista de terça-feira (31) em Nova York (EUA), que matou oito pessoas, defendeu mudanças no sistema de imigração e no Judiciário. Mas suas propostas podem não ser eficazes contra o radicalismo: sete em cada dez acusados de atos terroristas nos Estados Unidos desde o 11 de Setembro são americanos – nascidos ou naturalizados – e o país possui uma elevada quantidade de condenações por estes crimes. As sugestões do presidente americano também não são bem recebidas no cenário da última tragédia: Nova York não quer se fechar para o mundo. As informações são do jornal O Globo.

Um levantamento do New America, instituto baseado em Washington, informa que das 421 pessoas indiciadas ou mortas responsabilizadas por atos terroristas nos EUA após o ataque às Torres Gêmeas, 307 (ou 72,9% do total) são americanas. Neste grupo estão 207 pessoas nascidas nos EUA (49,1% do total dos acusados), 88 naturalizadas americanas (20,9%) e 12 cidadãos sem informações do local de nascimento.

A entidade aponta, também, que dos 114 estrangeiros (27,1% dos acusados), 50 (11,9%) possuíam o green card, a autorização para morar no país, como o uzbeque Sayfullo Saipov, que usou uma caminhonete para atropelar ciclistas em Nova York. Entre os outros 64 estrangeiros, há 16 refugiados, cinco imigrantes indocumentados, 21 em situação migratória desconhecida, 14 com vistos de turista e oito de países dos quais os EUA não exigem visto.

“Na era pós-11 de Setembro, a sabedoria popular indica que a ameaça jihadista é estrangeira”, afirma o estudo. “No entanto, como escreveu Anwar al-Awlaki, o religioso nascido nos EUA que se tornou um líder da al-Qaeda, ‘a Jihad está se tornando tão americana como a torta de maçã’”.

E mesmo entre os terroristas estrangeiros, o próprio governo reconhece que a radicalização ocorreu no país. “Avaliamos que a maioria dos extremistas violentos nascidos no exterior provavelmente se radicalizou vários anos após sua entrada nos Estados Unidos, limitando a capacidade de seleção e exame das autoridades”, afirmou um relatório de março do Departamento de Segurança Nacional. Segundo as investigações, este é o caso de Saipov, que vive nos EUA desde 2010. O levantamento não deixa dúvidas, por outro lado, da justificativa religiosa por trás dos atentados: de acordo com o levantamento, isso ocorre com 399 dos 421 acusados.

“Numerosos estudos desmentiram o mito de que o aumento da imigração leva ao aumento do crime”, afirmou ao jornal O Globo Letta Tayler, pesquisadora-sênior sobre terrorismo da Human Rights Watch (HRW). “É claro que os EUA têm o direito de policiar suas fronteiras e devem fazer o máximo para não permitir que pessoas que potencialmente ameacem a segurança possam entrar. Mas em vez de tornar o país mais seguro, as propostas de políticas de imigração de Trump arriscam alimentar a xenofobia e outros crimes de ódio contra imigrantes.”

Medidas contra imigrantes desagradam em cheio os nova-iorquinos. Na cidade que conta com 37% de sua população de pessoas nascidas em outros países – ou 3,176 milhões de pessoas, mais que toda a cidade de Chicago, a terceira mais populosa dos Estados Unidos – a convivência é considerada chave.

 

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