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Cinema Na primeira cerimônia do Oscar não houve tapete vermelho e nem suspense

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No ano passado, quase 33 milhões de pessoas assistiram à cerimônia — números considerados decepcionantes. (Foto: Pixabay)

Neste domingo acontecerá a 90ª cerimônia do Oscar. Horas antes, milhões de pessoas ao redor do mundo vão acompanhar a cobertura do tapete vermelho, discutindo qual filme merece ganhar o prêmio principal e especulando se o apresentador Jimmy Kimmel fará referências ao movimento #MeToo.

No ano passado, quase 33 milhões de pessoas assistiram à cerimônia — números considerados decepcionantes. No auge, em 1998, a audiência chegava a 55 milhões, de acordo com a CNBC. Algo muito, muito diferente da primeira cerimônia da Academia, realizada em 16 de maio de 1929.

Essa cerimônia, apresentada pelo ator Douglas Fairbanks, não foi transmitida pelo rádio. As únicas pessoas que acompanharam o evento foram as 270 figuras da indústria dispostas a pagar 5 dólares pelo breve evento no Hollywood Roosevelt Hotel em Los Angeles, de acordo com o livro de Bronwyn Cosgrave, “Made for Each Other: Fashion and the Academy Awards”.

Apenas 15 prêmios foram entregues, contra 24 hoje. E não houve debate sobre quais seriam os vencedores, pois eles foram anunciados três meses antes num comunicado da Academia, e em seguida no “Los Angeles Times”. Todos já sabiam que “Wings”, filme mudo de 1927 “Wings”, seria o grande vencedor

De acordo com “The Smithsonian’s History of America in 101 Objects”, a cerimônia de premiação foi criada para promover a indústria cinematográfica, que ainda estava tentando ultrapassar o vaudeville como o entretenimento preferido do país. E, de fato, os prêmios homenagearam os melhores filmes mudos de 1927 e 1928. (Longa-metragens falados ainda eram novidade e a Academia achava que eles levavam uma vantagem injusta, então não foram elegíveis para indicação.)

Mas o prêmio — e a Academia que os criou — tinha pouco a ver com a excelência no cinema. Representava, na verdade, uma tentativa de controlar toda a indústria. Louis B. Mayer, co-fundador da Metro-Goldwyn-Mayer (MGM), sentiu que os grandes estúdios estavam sofrendo com as várias guildas e sindicatos de atores, escritores e membros de equipe.

Então, em janeiro de 1927, como revela Scott Eyman em “Leão de Hollywood”, Mayer reuniu 36 líderes da indústria, pagou um jantar no Los Angeles Biltmore e sugeriu uma ideia: a formação da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas , formada pelos líderes dos cinco setores da indústria: atores, diretores, escritores, técnicos e produtores.

A Academia assumiu vários papéis, padronizando certas tecnologias, como o formato de som em toda a indústria. Mas o verdadeiro objetivo de Mayer era ter um árbitro para negociação de contratos entre estúdios e sindicatos — mas um árbitro controlado pelos estúdios. Na essência, a Academia trabalhou como um sindicalista. Como Eyman observou, “atrasou as negociações trabalhistas sérias na indústria cinematográfica por anos”.

Após dois anos, Mayer adicionou a cerimônia de premiação anual por sugestão de Mary Pickford, a única mulher na liderança original da Academia. Pickford sugeriu que uma cerimônia desse tipo poderia servir como “um golpe de publicidade e assim aumentar os lucros já espectaculares dos estúdios”, escreveu Cosgrave. Mayer concordou, mas também pensou que isso o ajudaria a exercer maior controle sobre produtores, atores e diretores, fato que não manteve em segredo: “Eu achei que a melhor maneira de lidar com [cineastas] era pendurar medalhas neles”, disse. “Se eu entregasse a eles taças e prêmios, eles se matariam para produzir o que eu queria. Por isso, o Prêmio da Academia foi criado”.

No ano seguinte, a cerimônia foi transmitida no rádio. Já não pertencia mais à elite de Hollywood, mas Mayer e o resto da Academia ainda manipulavam a votação para seus próprios fins. “Como uma criação dos estúdios, a votação da Academia podia ser influenciada pelos desejos dos mais poderosos desses estúdios, o que levou a absurdos como a escolha de ‘The Great Ziegfeld’, da MGM, como melhor filme de 1936, batendo ‘Dodsworth’ e ‘Mr. Deeds Goes to Town'”, escreveu Eyman. O corpo de jurados da Academia cresceu substancialmente nas últimas décadas, chegando a cerca de 8.500 pessoas. Nos últimos dois anos, mais de 1.400 novos membros foram convidados a se juntar em um esforço para aumentar a diversidade e garantir que não apenas os dinossauros de Hollywood tenham sua opinião.

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https://www.osul.com.br/na-primeira-cerimonia-do-oscar-nao-houve-tapete-vermelho-e-nem-suspense/ Na primeira cerimônia do Oscar não houve tapete vermelho e nem suspense 2018-03-03
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