Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de julho de 2015
Há mais de 30 dias preso na Suíça, o ex-presidente da CBF (Confederação Brasileira de Futebol) José Maria Marin escreve um diário na cela e já emagreceu quatro quilos. O jornal Folha de S.Paulo ouviu relatos de quem visitou o cartola no presídio, em Zurique, sobre as condições em que Marin está e como é sua vida desde o momento em que o prenderam em um hotel de luxo na cidade.
Na manhã do dia 27 de maio, Marin foi abordado em seu quarto por agentes da polícia suíça, do FBI e um intérprete. Logo que foi dada voz de prisão, Marin questionou, mas em seguida se rendeu. Também no quarto, sua mulher, Neusa, falou para Marin tomar banho e fazer a barba antes de ir para a prisão. Os agentes esperaram e, enquanto isso, Neusa fez uma pequena mala com roupas.
Um agente disse à mulher do cartola para que fizesse uma mala maior, para mais dias, sem explicar quanto tempo ele ficaria detido. Após deixar o banheiro, Marin seguiu para o presídio, um local pequeno em Zurique. Na penitenciária, além do cartola, apenas mais 15 pessoas estão presas – nenhuma delas é dirigente de futebol. Os outros seis cartolas detidos naquele dia estão espalhados em prisões da Suíça.
O relato de quem viu Marin na cadeia diz que ele está muito emotivo, chora e questiona por que isso aconteceu com ele neste momento. Nesse período em que está preso, o ex-presidente da CBF emagreceu quatro quilos e, aos 83 anos, não passou por nenhum problema grave de saúde. Na prisão, ele toma remédio para a pressão e dor de estômago. Médicos do sistema penitenciário suíço medem sua pressão constantemente.
Recentemente, Marin teve um problema na pele do rosto, e seus advogados levaram uma pomada para tratar. Ex-esportista e cuidadoso com o corpo, o cartola tem uma hora para banho de sol. Ele usa quase todo o período para caminhar no jardim da detenção.
Neste tempo fora da cela, Marin também pode comprar alimentos em uma venda. Ele pode gastar 70 francos suíços (cerca de 230 reais) e compra, entre outros itens, barras de cereal. O dinheiro é levado por seus advogados.
Marin não está usando o macacão fornecido pelo governo suíço. Ele usa camisas polo e calças de agasalho levadas por seus advogados. Nas 23 horas em que está na cela, Marin assiste a televisão e escreve. Ele tem uma pasta com uma espécie de diário.
O dirigente já enviou duas cartas para fora da prisão: uma para sua mulher e outra para seu advogado no Brasil. Os dois textos passaram por análise da Suíça e só depois puderam ser encaminhados aos destinatários. Marin já recebeu na prisão 49 cartas de familiares e amigos. Sem falar inglês, o ex-presidente da CBF se aproximou de um colega de presídio. Ele conversa diariamente com seu vizinho de cela, um holandês que fala espanhol. (Folhapress)