Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 14 de julho de 2017
O presidente da França, Emmanuel Macron, enalteceu nesta sexta-feira (14) a aliança com os Estados Unidos e disse que “nada nunca vai separar” os dois países. A declaração foi dada durante a visita do presidente americano Donald Trump à França. Trump foi convidado de honra da comemoração da Queda da Bastilha e participou ao lado de Macron da parada militar na avenida Champs Elysée, em Paris.
“A presença de Trump e de sua mulher [Melania Trump] é o sinal de uma amizade que atravessa o tempo”, disse Macron. “Quero dizer obrigado aos EUA pela decisão que tomaram há 100 anos”, acrescentou, referindo-se à entrada dos EUA na Primeira Guerra Mundial.
Macron disse que, ao longo de sua história, a França encontrou “aliados firmes”. “Os Estados Unidos são desses: é por isso que nada nunca vai nos separar”, afirmou. Trump chegou a Paris na quinta-feira (13) e deixou em aberto a possibilidade de os EUA retornarem ao Acordo de Paris sobre o clima – do qual o país norte-americano se retirou em junho. Os líderes também conversaram sobre um plano conjunto de ação para a Síria após a guerra civil.
O presidente francês disse que “respeita” a decisão de Trump em retirar os Estados Unidos do Acordo do Clima de Paris, sublinhando contudo que o seu país continua empenhado em combater as alterações climáticas. “Sobre o clima sabemos quais são as nossas diferenças”, disse Macron ao lado de Trump.
O presidente dos EUA sugeriu logo a seguir que poderá reverter a sua postura quanto às alterações climáticas, sem avançar como nem quando. “Algo pode vir a acontecer no que toca ao Acordo de Paris”, disse aos jornalistas. “Vamos ver o que acontece.”
No final de maio, depois de uma conturbada cimeira do G7 em Itália, o líder dos EUA decidiu abandonar o Acordo do Clima, dizendo que queria negociar um novo tratado mais “justo” que não represente desvantagens para as empresas norte-americanas. Vários líderes da Europa e do resto do mundo garantem que não estão dispostos a renegociar o acordo.
Após a reunião com Macron em Paris, uma semana depois de se terem cruzado na cimeira do G20 em Hamburgo, o presidente francês disse que decidiu pôr a questão das alterações climáticas de lado para que pudessem debater questões em que existe cooperação, entre eles um cessar-fogo na Síria e as trocas bilaterais.
“Temos divergências”, reconheceu o presidente de França, antes de acrescentar: “O sr. Trump tinha promessas que fez aos seus eleitores e eu as minhas — deverá isto impedir o progresso em todos os assuntos? Não.” Os dois líderes também discutiram estratégias conjuntas de combate ao terrorismo, em particular as operações militares contra o autoproclamado Estado Islâmico no Iraque e na Síria.