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Saúde “Não eliminaremos o câncer”, diz ganhador do prêmio Pulitzer: Para o médico e escritor, as terapias genéticas avançaram, mas ainda há muitas limitações

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Siddhartha Mukherjee, médico indiano, ganhador do Pulitzer pelo livro “O Imperador de Todos os Males: uma biografia do câncer”. (Foto: Divulgação)

Se por um lado as novas técnicas genéticas permitem a detecção do câncer cada vez mais cedo, por outro levam à descoberta de alterações que não causam danos, mas que vão gerar intervenções custosas e que provocam sofrimento às pessoas.

É o que diz o médico e escritor Siddhartha Mukherjee, 48 anos, ganhador do prêmio Pulitzer em 2011 pelo livro “O Imperador de Todos os Males: Uma biografia do câncer” e que estará na próxima semana no Brasil. As informações são do jornal Folha de S.Paulo.

Para ele, a melhor forma de mitigar o gargalo causado pelo alto custo das terapias oncológicas é investir na prevenção do câncer, combatendo fatores de risco como o tabagismo e a obesidade.

Segundo o oncologista, o tratamento personalizado do câncer baseado em testes genéticos é um grande avanço, mas tem limitações.

Ele também não acha possível a humanidade se livrar da doença. “É parte do nosso aparato celular. Podemos prevenir alguns tipos, tratar as manifestações, mas não conseguiremos eliminar o câncer da nossa história.”

Em sua obra mais recente, “O Gene: Uma história íntima”, de 2016, Mukherjee combina ciência e relatos da sua história familiar com doenças mentais para mostrar como a genética influencia nossas vidas, personalidades, identidades, destinos e escolhas. “Nós só estamos começando a entender nossa própria biologia.”

“Estamos aprendendo a tratar o câncer de diferentes maneiras, por exemplo, com a imunoterapia. Estamos detectando o câncer cada vez mais cedo, usando técnicas genéticas avançadas, como buscar o DNA da célula tumoral no sangue [técnica também conhecida como biopsia líquida]. Estamos encontrando novos caminhos para prevenir o câncer por meio da identificação de novos fatores de risco, incluindo inflamações e obesidade. Mas é importante ressaltar que, ao mesmo tempo que isso pode salvar vidas, também pode fazer com que muitos cânceres que não vão causar danos ao paciente [que são muito pouco agressivos ou que serão eliminados pelo próprio organismo] sejam encontrados incidentalmente. É o que chamamos de overdiagnosis [excesso de diagnóstico].”

“A imunoterapia tem sido bastante promissora, especialmente em cânceres do sangue, mas tem altos custos. Em relação à prevenção do câncer, nós podemos identificar a carcinogênese [processo de formação do câncer] a partir da inflamação causada pela obesidade, mas ainda não sabemos se mudando hábitos alimentares ou mesmo os genes iremos diminuir o risco de câncer ou a incidência dele no mundo. De um lado, nós estamos explorando novas fronteiras, em prevenção, detecção e tratamento, mas há uma questão central ainda não solucionada. Modificando hábitos ou alterando genes poderemos prevenir todos os cânceres?”, questiona.

Mukherjee participará do Fronteiras do Pensamento na próxima segunda-feira (3), em Porto Alegre. Na quinta-feira (6), fará a abertura de um seminário sobre câncer promovido pela Folha de S.Paulo.

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