Quinta-feira, 28 de março de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil Para secretário, falta detalhe para prender suspeitos de estupro no Rio

Compartilhe esta notícia:

O secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.(Foto: Adriano Ishibashi/FramePhoto/Folhapress)

O ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, garantiu na noite desta sexta-feira (27) que os envolvidos no estupro coletivo praticado contra uma adolescente no Rio serão presos e condenados.

“Nós temos absoluta certeza que esse crime não ficará impune e que todos os envolvidos serão presos e condenados”, afirmou Moraes após se reunir com o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame.

Moraes reiterou que o governo do Rio de Janeiro terá todo o apoio do governo federal para investigar o caso. “Coloquei a Polícia Federal à disposição, mas sabemos que a Polícia Civil do Rio tem totais condições de chegar aos autores desse crime”, ressaltou.

Questionado sobre por quê a Polícia Civil ainda não pediu a prisão dos envolvidos no caso que já foram identificados, Beltrame afirmou que faltam detalhes jurídicos para isso.

“Se o delegado que preside o inquérito não pediu as prisões, podem ter certeza de que faltou algum elemento que fundamente o pedido”, disse o secretário.

Beltrame enfatizou o caráter criminoso de todos os envolvidos no caso. “Seja quem praticou o ato ou quem divulgou as imagens, todos são criminosos e serão presos. É preciso sempre reforçar que a adolescente é vítima”, destacou.

A adolescente foi estuprada no sábado (21) em uma comunidade da Zona Oeste. Trinta e três homens são procurados por suspeita de participação no crime.

A polícia já identificou pelo menos quatro envolvidos no crime. Um deles é Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, com quem a adolescente tinha um relacionamento, Marcelo Miranda da Cruz Correa, de 18 anos, Michel Brazil da Silva, de 20, e Raphael Assis Duarte Belo, de 41.

Nesta sexta, o presidente da República em exercício, Michel Temer, anunciou a criação de um departamento na Polícia Federal para coordenar o combate a crimes contra a mulher. O presidente em exercício afirmou que o ministro da Justiça convocou reunião com os secretários de segurança pública de todo país para terça-feira (31). “Tomaremos medidas efetivas”, afirmou Temer. (Alessandro Ferreira/AG)

O crime

O crime ocorreu no sábado (21). Em depoimento à polícia, a adolescente disse que foi até a casa de um rapaz com quem se relacionava há três anos. Ela disse aos policiais recordar que estava a sós na casa dele e, depois, só se lembra que acordou no domingo, em uma outra casa, na mesma comunidade, cercada por 33 homens armados com fuzis e pistolas. Ela destacou que estava dopada e nua.

A jovem contou aos investigadores que foi para casa de táxi na terça-feira (24). Ela admitiu que faz uso de drogas, mas afirmou que não utilizou nenhum entorpecente no sábado.

Na terça (24), ela descobriu que imagens suas, sem roupas e desacordada, circulavam na internet. A jovem contou ainda que voltou à comunidade para buscar o celular, que fora roubado. Um agente comunitário foi quem a acolheu, ao perceber como ela estava, e a conduziu para junto da família novamente.

Os parentes só souberam do estupro na quarta-feira (25), após tomarem conhecimento que fotos e vídeos exibindo a adolescente nua, desacordada e ferida estavam sendo compartilhados pelos agressores.

A adolescente passou por exames de corpo de delito no Instituto Médico-Legal nesta quinta (26) e foi levada para o Hospital Souza Aguiar, no Centro, onde passou por exames e tomou um coquetel de medicamentos para evitar a contaminação por doenças sexualmente transmissíveis.

Família abalada

Está marcada para segunda-feira (30) uma reunião entre a família e o secretário de Assistência Social do Rio, Paulo Melo, para avaliar se há necessidade de proteção policial.

A família da adolescente está abalada. “Eu e a mãe, a gente chora quando vê o vídeo. O pai dela não aguenta falar que chora muito. Nosso sentimento é de tristeza, de indignação, estamos estarrecidos de ver até que ponto chega a maldade humana, né. A família está, assim, sem palavras, consternada”, desabafou a avó da garota.

Um dos parentes disse que a família ainda se sentiu aliviada pela vida da garota ter sido poupada. “Esse agente comunitário que veio trazê-la [para casa] eu acho que ele foi uma pessoa que salvou a vida dela, porque eles iriam matá-la. Porque é isso que eles fazem, né. Não é normalmente a história que a gente conhece? Eles estupram e matam”, disse a parente da adolescente.

“Um deles é namorado dela, tinha sido namorado dela, que ela conheceu na escola. E isso foi uma vingança dele. Ele fez isso com ela e chamou mais 30 para fazer o mesmo. O pai dela nem aguenta falar que chora muito. Um ser humano que é capaz de fazer isso com uma menina de 16 anos só, cheia de sonho, né? E eles fazem isso. A família está assim, sem palavras”, lamentou o parente da garota.

Desabafo na internet: “Dói na alma”

Após a repercussão do caso, a garota fez dois desabafos nas redes sociais. O mais recente foi na manhã desta sexta: “Todas podemos um dia passa e por isso .. Não, não doi o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes!! Obrigada ao apoio”, escreveu a menina, que também aderiu à campanha na rede social pelo “fim da cultura do estupro”.

Na noite desta quinta (26), ela já havia feito seu primeiro post sobre o tema. “Venho comunicar que roubaram meu telefone e obrigada pelo apoio de todos. Realmente pensei que seria julgada mal.”

Status das investigações

O chefe da Polícia Civil do Rio, Fernando Veloso, disse, nesta sexta, que há “indícios veementes” de que houve estupro, mas a corporação ainda investiga detalhes do vídeo, aguarda laudos e depoimentos. Entre as questões, a polícia quer saber se o crime aconteceu no lugar da filmagem e quantos suspeitos teriam participado.

Até a tarde desta sexta, a prisão de nenhum dos suspeitos tinha sido pedida. O chefe da Polícia Civil afirmou que é preciso cautela para, por exemplo, determinar quantos são os envolvidos no crime. Ele comentou ainda que a cautela é a mesma que não permite que a polícia, apenas a partir de fotos de corpos divulgadas em redes sociais, considere que três ou quatro suspeitos tenham sido mortos. (Alessandro Ferreira/AG)

 

 

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

A história de amor interrompida de Marielle e Monica
Após as prisões dos amigos de Temer, o ministro da Secretaria de Governo disse que o presidente é alvo de “canhões da conspiração”
https://www.osul.com.br/nao-ficara-impune-garante-ministro-da-justica-sobre-estupro-coletivo/ Para secretário, falta detalhe para prender suspeitos de estupro no Rio 2016-05-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar