Quinta-feira, 25 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 2 de janeiro de 2018
O ex-presidente José Sarney (PMDB) negou que tenha vetado o nome do deputado Pedro Fernandes (PTB-MA) para o comando do Ministério do Trabalho.
Pedro Fernandes foi indicado pela cúpula do PTB para substituir Ronaldo Nogueira no Ministério do Trabalho, mas, nesta terça-feira (2), afirmou que sua nomeação para o primeiro escalão de Temer não havia sido confirmada em razão de um veto de Sarney. Mas a história não teria sido bem assim. “Não fui consultado e não vetei”, teria dito o ex-presidente.
“Ele [Pedro Fernandes] quer arrumar uma desculpa. Colocar a responsabilidade sobre as minhas costas. Se, no passado, não vetei Flávio Dino para a Embratur, não faria isso para alguém que foi nosso amigo”, complementou o ex-presidente da República, em uma referência ao atual governador do Maranhão, que presidiu a estatal do turismo durante o governo Dilma Rousseff.
Pedro Fernandes foi do grupo político de Sarney, chegou a ocupar duas secretarias estaduais no governo de Roseanna Sarney (PMDB-MA), mas, depois que Dino foi eleito governador, mudou de lado e aderiu ao clã do governador do PC do B.
Tanto que, no episódio do impeachment de Dilma, o deputado do PTB votou seguindo a orientação de Dino contra o afastamento da então presidente da República.
Sarney mantém boa relação com o ex-deputado estadual Manoel Ribeiro (PTB), ex-presidente da Assembleia Legislativa do Maranhão e irmão de Pedro Fernandes.
O parlamentar maranhense disse que “não deu” para ser ministro porque seu nome criaria “embaraço” entre o presidente Michel Temer e Sarney, um dos políticos mais influentes do PMDB e do Maranhão, base eleitoral de Pedro Fernandes.
Líder do PTB na Câmara, o deputado Jovair Arantes disse que ninguém do Palácio do Planalto entrou em contato com ele para comunicar que Pedro Fernandes não seria mais ministro. Segundo ele, se houve realmente veto por parte de alguém do PMDB, seria uma “indelicadeza” e um “constrangimento” para a bancada do PTB na Câmara.
Arantes cobrou uma explicação por parte do Planalto. Jovair Arantes participou da audiência entre Temer e presidente do PTB, Roberto Jefferson, na qual Ronaldo Nogueira pediu demissão. Na mesma reunião, a cúpula do PTB apresentou ao presidente da República o nome de Pedro Fernandes para o Ministério do Trabalho.
“Não existe plano B”, enfatizou o líder do PTB em relação a um novo nome do partido para o comando da pasta.
Pedro Fernandes passou a ser cotado para o Ministério do Trabalho depois que Ronaldo Nogueira pediu demissão do comando da pasta no dia 27 de dezembro.
Na ocasião, Pedro Fernandes chegou a informar que sua nomeação seria publicada no “Diário Oficial da União” até o dia 29 e que a posse ocorreria nesta quinta (4). O Planalto, entretanto, nunca confirmou a nomeação do deputado do PTB para o Ministério do Trabalho.