Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 16 de setembro de 2018
Empatado em segundo lugar com FernandoHaddad (PT) nas pesquisas de intenções de votos para a Presidência, o candidato do PDT, CiroGomes, afirmou neste domingo, em conversa com militantes do movimento negro no centro de São Paulo, que o PT acostumou-se ao poder e “abusa do carinho” dos brasileiros que sentem gratidão ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Antes, em um rápido discurso em frente ao Parque Ibirapuera, Ciro reforçou a estratégia da campanha de que sua candidatura é a alternativa para quem não deseja ver eleito Jair Bolsonaro (PSL) nem um novo governo petista.
Mais uma vez, Ciro evitou críticas diretas a Lula, mas afirmou que não se pode aceitar todas as determinações do ex-presidente nem que o “PT faça experiência com o Brasil.”
“Quando o Lula era presidente, o Brasil abriu mais de 20 mil indústrias. Se o céu é o mesmo, o chão é o mesmo, o povo é o mesmo, o que é que mudou? A política, o PT começou a abusar do carinho do povo. Botou a Dilma lá que não tinha experiência, botou o Haddad aqui em São Paulo, que vocês conhecem. Não é porque somos gratos ao Lula, eles acham agora que o povo brasileiro tem que aceitar tudo o que o ‘seu’ Lula mandar e acontecer. Eu gosto do Lula, mas, digo hoje, não dá para aceitar que o PT faça experiência com o Brasil”, disse Ciro Gomes, nas escadarias do Vale do Anhangabaú, no Centro de São Paulo.
Antes, Ciro Gomes, que estava acompanhado da vice Kátia Abreu, esteve no Parque do Ibirapuera onde foi recebido por um grupo de apoiadores. Inicialmente, agenda do presidenciável previa uma caminhada pelo local, mas teve de ser suspensa porque a direção do local não autorizou a entrada de câmeras de televisão e fotos no local.
O candidato defendeu que o Brasil não aguenta mais uma “escolha que deixa o Brasil ainda mais marcado pela divisão, pelo ódio, pela violência”. Ciro lembrou que Bolsonaro, sem mencionar o nome do adversário, já experimentou a violência física, mas afirmou que o candidato do PSL faz “apologia à violência quando discrimina população pela cor da pele, por orientação sexual, porque é mulher, porque é índio.”
“Quero organizar todos os brasileiros, homens e mulheres decentes, que dão valor ao trabalho e que não querem ser levados a um segundo turno que os obriguem a escolher entre o fascismo ou premiar todas as contradições gravíssimas do PT”, disse o candidato em entrevista à imprensa.
Delação
Questionado sobre a informação publicada na coluna de Lauro Jardim, do GLOBO, de que ele e seu irmão Cid Gomes são alvos da nova delação da Galvão Engenharia, em homologação no Supremo Tribunal Federal, Ciro afirmou que “não há nenhuma chance” de estar envolvido em qualquer tipo de irregularidade.
“A rigor, estou sabendo disso agora, porque não tenho nada a ver com isso, nunca tive”, disse.