Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 13 de março de 2018
Mesmo condenado e com risco de ser preso, o ex-presidente Lula foi Indicado pelo ativista Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Nobel da Paz de 1980, para receber o próximo prêmio. Em entrevista, nessa terça-feira, à Rádio Cultura de Foz do Iguaçu, Lula disse que acredita que não merece essa distinção.
“É sempre gratificante quando as pessoas lembram (para um) gesto de solidariedade. Eu sinceramente não sei se mereço o Prêmio Nobel da Paz, deve ter gente mais importante do que eu no mundo para merecer isso”, disse o ex-presidente.
O ex-presidente espera o julgamento de seu recurso na segunda instância. De acordo com o atual entendimento do tribunal, em caso de decisão desfavorável ao ex-presidente, deve ser determinada a execução de sua pena em regime fechado. O ex-presidente tenta reverter essa possibilidade nos tribunais superiores para evitar uma prisão. Lideranças da sigla adotaram o discurso de que Lula será preso porque é perseguido.
Dentro do partido a expectativa é de que o ex-presidente seja preso após o dia 26 de março, quando a 8ª Turma do TRF-4 faz sua primeira reunião após o retorno do desembargador Victor Laus das férias.
O petista planeja realizar uma caravana por estados do Sul do Brasil. O presidente deverá visitar o ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica. Na entrevista concedida hoje, Lula voltou a criticar a decisão do juiz Sergio Moro e da segunda instância.
“Para mim é sagrado resgatar minha honra e a minha inocência, não vou passar para a história com base na mentira contada pelo inquérito policial, pela acusação do Ministério Público e pela sentença do Moro e do TRF-4, em Porto Alegre. Se eu respeitar essa decisão, estarei depondo contra todos os sonhos de liberdade”, disse.
O PMDB
Na entrevista, o ex-presidente voltou a adotar postura conciliatória com partidos como o PMDB. Segundo ele, o partido foi seu parceiro durante seus mandatos e não seria o problema da política brasileira. Lula citou que não existe apenas um PMDB, mas vários.
Lula citou que o Congresso Nacional atual, apesar das críticas, é um retrato político das vontades da população brasileira no dia da eleição, em 2014. Para o ex-presidente, a população deve exigir mais compromisso dos candidatos para ter deputados e senadores mais responsáveis em relação aos interesses públicos.
“Tem muita gente que tenta vender o sonho de ter políticos todos santos. Todo mundo xinga o Congresso Nacional atual, mas o que a gente tem que perceber é que o Congresso é a cara política do povo brasileiro no dia da eleição. Eles não prestaram concurso. Aquela gente foi eleita pelo povo”, disse.