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Ciência A Nasa apresentou a missão que vai estudar a “fronteira” do espaço

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Ilustração da Nasa mostra o instrumento da missão Gold, a bordo do satélite de comunicações SES-14, fazendo medições da temperatura das camadas mais altas da atmosfera terrestre. (Foto: Divulgação)

Nasa apresentou  a nova missão com a qual pretende estudar a “fronteira” do espaço e assim melhorar a previsão do chamado “clima espacial”, que pode ameaçar o funcionamento de satélites e outras tecnologias no espaço e em terra, além da segurança e saúde de astronautas. Batizada Gold (sigla em inglês para “observações em escala global da franja e do disco”), ela consiste de um instrumento que subirá ao espaço no fim deste mês de “carona” em um satélite comercial de comunicações para analisar a interação entre a termosfera – camada do topo de nossa atmosfera, que começa a partir de cerca de 85 km de altitude – com a ionosfera, região do espaço que se sobrepõe a ela e partes da inferior mesosfera e da superior exosfera onde estão distribuídas partículas carregadas, especialmente elétrons e íons atômicos, e se estende entre cerca de 60 km a até mil quilômetros de altitude.

“A ionosfera tem grande impacto nas tecnologias que usamos hoje”, lembrou Sarah Jones, cientista da missão Gold junto ao Centro de Voo Espacial Goddard, da Nasa, durante a apresentação, transmitida pela agência espacial americana em seu site na internet e na sua página na rede social Facebook. – Os sinais de rádio, TV e do GPS, por exemplo, têm que atravessar a ionosfera. E hoje sabemos que ela tem um comportamento mais variável do que pensávamos, então é importante saber como isso pode afetar nosso dia a dia.

Um exemplo disso é a descoberta, feita apenas recentemente, de que fenômenos nas partes mais baixas da atmosfera, como tempestades, geram “ondas” que acabam se propagando pela termosfera. E essas “ondas”, ao interagirem com a ionosfera, podem distorcer ou interromper os sinais que tentam atravessá-la.

“Então esta missão tem como objetivo pesquisar essa nova área da ciência”,  acrescentou Sarah. “Antes se achava que a ionosfera era afetada primariamente pelo Sol e a movimentação da parte superior da atmosfera, mas nos últimos dez anos vimos que ela também é afetada pelo que acontece bem mais abaixo na nossa atmosfera, com tempestades provocando ondas que sobem até a termosfera.”

Para tanto, o instrumento do Gold, um espectrômetro ultravioleta, ficará numa posição “privilegiada” no espaço. Conhecida como órbita geoestacionária, ela é muito usada por satélites de comunicações como o SES-14, no qual estará a bordo, justamente por permitir que eles permaneçam sobre o mesmo ponto na Terra à medida que ela gira, no caso a uma longitude de cerca de 47 graus Oeste, bem em cima do Brasil, a quase 36 mil quilômetros de altitude. Desta perspectiva, ele deverá escanear todo disco terrestre a cada 30 minutos, colhendo informações sobre a composição, densidade, temperatura e outros dados sobre a termosfera, a ionosfera e a interação entre as duas.

“As informações de missões anteriores são muito limitadas neste sentido”, destacou Richard Eastes, cientista-chefe da missão Gold e pesquisador do Instituto Espacial da Flórida, nos EUA, que também participou da apresentação desta quinta. – Nunca tivemos uma imagem global da temperatura da termosfera e da ionosfera e isso é muito importante na interação entre as duas, além de mudar durante o dia e do dia para a noite. E a órbita geoestacionária vai permitir que sigamos esta evolução, acompanhando o comportamento da atmosfera ao longo de todo dia. Com isso, poderemos montar uma imagem mais ampla para construir modelos melhores de como a termosfera e a ionosfera se comportam e melhorar nosso entendimento sobre sua interação.

O lançamento do satélite SES-14 com o instrumento da Gold por um foguete Ariane 5 da base de Kourou, na Guiana Francesa, previsto para o próximo dia 25 de janeiro, também representará a primeira vez que a Nasa usa espaço numa nave comercial para fazer uma missão científica. Assim, a agência espacial americana economizou milhões de dólares tanto por não precisar construir seu próprio “chassis” para colocar o instrumento quanto por só precisar bancar uma pequena fração dos custos de lançamento.

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https://www.osul.com.br/nasa-apresentou-missao-que-vai-estudar-fronteira-do-espaco/ A Nasa apresentou a missão que vai estudar a “fronteira” do espaço 2018-01-06
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