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Por Redação O Sul | 27 de maio de 2017
Quando era criança, Raúl Polit-Casillas brincava com uma nave que foi feita por seu pai com uma caixa de papelão. Agora, o engenheiro espanhol criou para a Nasa, a agência espacial dos Estados Unidos, um tecido metálico que pode ser fabricado no espaço com impressoras 3D e serve para elaborar trajes espaciais e elementos das naves.
A produção de tecidos metálicos em impressoras tridimensionais “tem usos potenciais no espaço e na terra”, disse à Agência Efe este engenheiro de sistemas de arquitetura espacial que trabalha no Laboratório de Propulsão (JPL, sigla em inglês) da Nasa em Pasadena, na Califórnia.
“No espaço, os usos vão desde a possibilidade de criação de antenas e grandes superfícies, a elaboração de sistemas para proporcionar sombra e, portanto, controle térmico para proteção contra o impacto de micrometeoritos”, explicou o engenheiro.
Natural de Jaca, cidade da província espanhola de Huesca, na comunidade autônoma de Aragão, Polit-Casillas, de 38 anos, cresceu cercado pelos desenhos da sua mãe, estilista de moda, e pelas influências criativas de seu pai, artista e professor de técnica de gravação, que faleceu recentemente.
A semente criativa de seus pais fica evidente após sua invenção, cujo protótipo, feito em aço e titânio, parece um tecido metálico formado por pequenos quadros.
“O projeto nasceu da necessidade de se criar um sistema que fosse adaptável e que pudesse ser, em princípio, fabricado no espaço”, contou Polit-Casillas sobre este desafio de engenharia.
“Com esse objetivo, começamos a trabalhar na possibilidade de pensar em tecidos. O problema dos tecidos (de fibras) é que as máquinas para fazê-los são muito complexas, são teares, e não contamos com teares no espaço”, explicou o engenheiro espanhol.