Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de março de 2016
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
É cada mais evidente que o governo federal não terá suporte político suficiente para aprovar a reforma da Previdência, cujo rombo aumenta. No final deste ano, chegará a 125 bilhões de reais.
Não foi diferente há 20 anos.
A 6 de março de 1996, o a Câmara dos Deputados não permitiu a aprovação da mesma reforma, uma das mais importantes visando a estabilização da Economia.
O governo precisava de 308 votos e só obteve 294.
Não foi a única derrota do dia. No Senado, por manobra do grupo do senador José Sarney, foi criada a Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar possíveis irregularidades do sistema financeiro no governo Fernando Henrique Cardoso.
Na manhã seguinte, Sérgio Amaral, porta-voz do Palácio do Planalto, declarou que o presidente passaria a tratar os tucanos “a pão e água”. Não afastou cortar cabeças em seu ministério, acrescentando que faltou empenho para evitar a derrota da reforma e a criação da CPI.
No final da tarde do mesmo dia, Fernando Henrique encontrou-se com jornalistas e afirmou que “o povo se cansou do eleitoralismo e daqueles que se amedrontam diante do tamanho dos problemas. Mas não adianta. Um novo Brasil mais justo já está à vista”.
Mesmo sem a reforma da Previdência e a CPI dos Bancos não chegando a qualquer conclusão, o Brasil mais justo se consolidou com a eliminação das altas taxas de inflação, o imposto mais cruel que os assalariados há anos enfrentavam.
Hoje, com o PT contrário à reforma e o PMDB se afastando do governo, a presidente Dilma Rousseff também terá motivo para lamentação.
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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