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Colunistas Nesse mundo

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(Foto: Banco de Dados)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Nesse mundo, agressivamente midiático em que vivemos, nem tudo que parece é e nem tudo que é parece ser. Assegurando-me um direito que, por formação profissional não teria (ou não tenho), faço uma imersão no processo político e jurídico (ou será ao contrário?) do impeachment.

Há alguns meses, quando começou a ganhar notoriedade e era apenas uma suspeição, já gerava indícios muito negativos para o PT. Dizia-se que depois do ciclo do mensalão, que ferira gravemente o PT (cujos dirigentes passaram a frequentar as colunas policiais), abalando a imagem do Partido e, em continuidade delitiva, os governos Lula e Dilma, estava por acontecer. Foi com o tempo que se fez justiceira revisão da História recente, tirando dos falsos éticos a máscara de dissimulação.

Caixa dois, contabilidade com “ajustes”, fraudes empresariais, e a troca do apoio mediante moeda corrente no Congresso. Instituía-se a compra – ou aluguel – do voto de parlamentares, moralmente lamentável e juridicamente criminal. Formou-se um espetáculo deplorável em que um comprava o que não devia (consciência e opiniões) e outro(s) vendia(m) o que não lhe(s) pertencia.

Descoberto o processo trapaceiro, feita a listagem dos criminosos oficiais, o Supremo Tribunal deu a palavra da Justiça sobre o deprimente conluio em que estavam envolvidos, até os olhos “líderes” de pés de barro do Executivo e parlamentares que comercializavam a representação que enganados eleitores lhes haviam outorgado.

O País, entre surpreso e descrente, foi inteirando-se do que fora (mal) feito e por quem fora feito. Surgiram, como presidentes da Suprema Corte, felizmente, figuras que despontaram na admiração espontânea da Nação, como Ayres Brito, Cezar Peluso e, sobretudo Joaquim Barbosa, julgando corretamente com o rigor que a lei lhes assegurava, “figurões” do governo que se julgavam intocáveis.

O mensalão mostrou que o histórico de ética do PT não resistiu à primeira aproximação sedutora das delinquentes “autoridades” ao Tesouro Nacional. O propalado moralismo era uma farsa. Sua “ética” não sobreviveu à primeira oportunidade de agir imoral e criminosamente.

Mas não era o mensalão o auge da ladroagem. Graças às investigações aprofundadas da Polícia Federal, às denúncias processuais de idôneos procuradores, à firmeza imparcial (notoriedade aplaudida) do juiz Moro fez-se quotidianamente ampliada a “Operação Lava-Jato”. Descobriram que havia um saque contínuo e bilionário na Petrobras com a participação de seus diretores, escolhidos e nomeados pelos governo Lula e Dilma.

Foram bilhões de dólares de “propinas” que, compartilhadas com grandes empreiteiras (achacadas ou não), sob a supervisão do PT, promoveram a formalização institucional da corrupção (vide o apartamento Triplex, de elevador exclusivo, o sítio financiado pela OAS, tão boazinha… etc).

E foi isso e muito mais: as “palestras” de 500 mil dólares de um monoglota no “exterior”, os empréstimos bilionários internacionais do BNDES para “países amigos” (Cuba, Angola, Bolívia etc) estimulados pelo “lobby” do ex-presidente (seria por razões ideológicas?); a atuação surpreendente do Sr. Bumlai, hóspede e primeiro amigo, ademais de super exitoso empresário, de pouco tempo e muitos ganhos, quase lotéricos; a escandalosa compra pela Petrobrás (por muito) e venda (por pouco) da refinaria de Pasadena (Dilma, era Presidente do Conselho da empresa que fez o péssimo negócio. Que estranho não?).

Tudo isso não estava na petição do impeachment que se concentrou, tecnicamente, nas inconfessáveis “pedaladas”. No entanto, tudo isso foi o que trouxe, há dois anos, milhares (e depois milhões) espontaneamente, para as passeatas, para os panelaços, para os altíssimos índices de rejeição de um governo incompetente e deteriorado.

Os crimes, não sei quais nem quantos, do deputado Cunha – múltiplos e, condenáveis com rigor – não podem ser usados para retirar do PT e da quadrilha por ele protegida e a ele associada, o histórico que indignou o povo consciente e o levou à rua, revoltado; clamando pela condenação dos culpados.

Se não poderia repetir-se a lição da fábula de La Fontaine em que o ladrão, correndo, ao deparar-se com policiais, grita-lhes que o protejam de “assaltantes” que, na verdade, eram as vítimas que, roubadas, perseguiam-no, tentando prende-lo. Parece ter sido essa a intenção dos dirigentes petistas ao inventar – e repetir continuamente – a história insustentável do “golpe legal”.

Enfim, o juiz Moro, os procuradores e a Polícia Federal sabem bem quais são os verdadeiros bandidos dessa História. Não se pode permitir que delinquentes queiram vender uma FALSIFICADA HISTÓRIA MAL CONTADA.

Não se permita que queiram confundir “habeas corpus” com “Corpus Christi”.

Carlos Alberto Chiarelli, doutor em Direito

cagchiarelli@gmail.com

 

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

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