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Mundo Nicolás Maduro: de líder da revolução bolivariana a presidente acusado de provocar o caos venezuelano

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Maduro foi reeleito em eleição contestada. (Foto: Reprodução/Twitter)

Nicolás Maduro chegou ao poder na Venezuela em março de 2013, como presidente interino, após a morte de seu padrinho político Hugo Chávez. Em abril daquele ano, foi eleito presidente, por uma pequena diferença contra o opositor Henrique Capriles, para liderar a “revolução bolivariana” no país. Hoje, o presidente é visto por opositores como o protagonista do colapso venezuelano, mas diz ser vítima do imperialismo dos Estados Unidos e de guerra econômica da direita.

Maduro foi reeleito para mais 6 anos de mandato após as eleições de domingo (20), que tiveram horário ampliado, denúncias de fraude, tentativa de boicote da oposição, abstenção de 54% e falta de reconhecimento por grande parte da comunidade internacional.

Maduro era considerado um verdadeiro “revolucionário” por seu mentor Hugo Chávez, a quem conheceu em 1993. Mas adversários e ex-companheiros o acusavam de enriquecer empresários amigos e a cúpula militar.

“Foi subestimado pelos opositores e por muitos chavistas. Mas soube aproveitar os erros de uns e de outros, conseguindo anular seus adversários dentro e fora do chavismo”, comenta à AFP Andrés Cañizalez, pesquisador em comunicação política.

“Maduro passou por uma metamorfose e estas eleições culminam esse processo: poderíamos estar passando do chavismo ao ‘madurismo’. Sem dúvida, está apontando a consolidar um espaço de poder autônomo”, acrescenta Cañizalez.

Trajetória

Ex-motorista de ônibus, Maduro teve atuação no movimento sindical da categoria. Teve formação comunista em Cuba nos anos 1980 e viaja com frequência à ilha.

Entre 1999 e 2000 foi membro da Assembleia Constituinte convocada por Chavez e entre 2000 e 2006 foi deputado da Assembleia Nacional.

Foi chanceler do governo Chávez entre 2006 e 2012, e foi nomeado vice-presidente após a reeleição de Chávez em outubro de 2012.

Como ministro de Relações Exteriores, ele foi fiel às ideias diplomáticas do chavismo. Era considerado, por diplomatas estrangeiros, uma pessoa afável e de trato fácil.

Maduro se aproximou de Chávez quando o presidente anunciou o câncer que o acabaria matando.

É casado com a ex-procuradora Cilia Flores, a quem chama de “primeira combatente” e com quem dança frequentemente nos comícios. É pai de “Nicolasito”, membro da Assembleia Constituinte de 27 anos, fruto de um casamento anterior.

Imagem e discurso

Sem o carisma de Chávez, Maduro tentou imitá-lo em longas aparições diárias na TV, com a fala popularesca e a retórica anti-imperialista. Mas vem construindo sua própria imagem.

Autodenomina-se “presidente operário”, dirige sua caminhonete, ri de seu inglês ruim e de quem o chama de “Ma’burro” por suas mancadas frequentes, dança salsa, bolero e reggaeton, e é muito ativo nas redes sociais.

Seu discurso moderado e capacidade negociadora como sindicalista, chanceler e vice-presidente de Chávez, mudou para os acalorados discursos contra seus adversários, a quem critica e insulta sem pudores.

Tentando renovar sua imagem, o mote “Vamos Nico” se impôs em sua campanha, enquanto diminuíram as referências ao seu mentor.

Em 2013, o jingle da campanha dizia: “Chávez para sempre, Maduro presidente. Chávez, eu te juro, meu voto é de Maduro”. Hoje, o refrão de um reggaeton chiclete, diz: “Todos com Maduro, lealdade e futuro. O povo manda com Maduro”.

Segundo as pesquisas, tem impopularidade de 75%.

Caos socioeconômico

Durante o governo Maduro, a Venezuela sofreu ondas de protestos violentos que deixaram cerca de 200 mortos, uma derrocada socioeconômica e o isolamento internacional.

Seus adversários o acusam de empurrar o país para o abismo com medidas econômicas disparatadas, de submeter o povo à fome e de ser um “ditador”, sustentado por militares.

A tudo isso faz ouvidos moucos. Diz ser um “presidente democrático” e “vítima” dos Estados Unidos e a “guerra econômica da direita”, à qual culpa pela hiperinflação e falta de comida. Mas reconhece estar “mais forte do que nunca”.

“Há cinco anos, eu era um novato. Hoje, sou um Maduro de pé, experiente com a batalha, que enfrentou a oligarquia e o imperialismo. Aqui estou: mais forte do que nunca”, descreveu-se durante a campanha para a reeleição.

“Sua autoridade nasce herdada de Chávez (presidente de 1999 até sua morte, em março de 2013). Mas agora temos um Maduro diferente, que sabe que é forte e é mais agressivo”, disse à agência AFP Félix Seijas, diretor do instituto de pesquisas Delphos.

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