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Mundo No período de um ano, 74,3% dos venezuelanos perderam em média 8,7 quilos

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Presidente Nicolás Maduro estaria usando a fome como “estratégia de dominação política”. (Foto: Reprodução)

Mais do que reflexo da pior crise da história recente da Venezuela, a fome é hoje um elemento de sobrevivência para o chavismo. Segundo o economista venezuelano Ricardo Hausmann, da Universidade Harvard, a fome na Venezuela deixou de ser “erro de política econômica” para se tornar “estratégia de dominação política”.

“O governo está eliminando os mecanismos de mercado de distribuição de alimentos para substituí-los por um no qual o Estado dá alimentos a quem se portar bem”, disse ele ao jornal Valor Econômico. “Se não votar, não recebe comida. Se protestar, também não. A fome é um meio de o presidente Nicolás Maduro fortalecer controle sobre a sociedade.”

De acordo com a pesquisa Encuesta sobre Condiciones de Vida em Venezuela (Encovi) 2016, da Fundação Bengoa, em Caracas, 81,8% da população é considerada pobre e dependente de subsídios estatais para sobreviver. No período de um ano, 74,3% dos venezuelanos perderam em média 8,7 quilos. A pesquisa mostra ainda que para 93,3% das famílias a renda não é o suficiente para comprar os alimentos necessários.

A ONG Provea denunciou que venezuelanos estão consumindo alimentos para animais para driblar a escassez. “Em várias oportunidades, constatou-se que muitos compraram as chamadas ‘salsichas para cachorros’, cujo conteúdo é composto de ossos de frango triturados, misturado com outras partes não comestíveis, embalado como embutido e vendido congelado”, disse a ONG.

Susana Raffalli, da ONG Caritas Venezuela, diz que a desnutrição infantil dobrou no último ano: em outubro de 2016, 8% das crianças que vivem em favelas eram desnutridas. Um ano depois esse percentual atingiu 16%. O agravamento, diz, resulta da escassez de comida.

A produção agrícola caiu 33% entre 2007 e 2015, diz Hausmann. “O governo buscou compensar essa queda com o aumento das importações de alimentos, mas essas caíram 75% desde 2014”, afirma.

O PIB da Venezuela vem contraindo desde 2014, sendo 15% só em 2017. O país passa por um processo de hiperinflação que chegou a 2.616% no ano passado. Nos últimos 135 dias, o dólar paralelo foi de 18,4 mil bolívares para 182 mil bolívares. A produção de petróleo do país atingiu em outubro o menor nível em 28 anos – caindo de 2,09 milhões de barris diários, em setembro, para 1,86 milhão.

Ministro do Planejamento da Venezuela entre 1992 e 1993, Hausmann prevê que, após uma transição política, o país terá de recuperar o nível de nutrição dos 31% mais pobres e ter um sistema de transferências direta de renda, como no Brasil. “Recuperar os níveis de vida de, por exemplo, 2012, levará mais de uma década.”

Recentemente, ele sugeriu em artigo uma intervenção militar na Venezuela para ajudar a derrubar Maduro e dar fim à crise. Uma operação militar poderia resultar em guerra, caso as Forças Armadas venezuelanas não reconheçam um [eventual] governo apontado pela Assembleia Nacional e continuem apoiando Maduro. Ou poderia pressionar as Forças Armadas a destituí-lo, diz. “Se houve apoio internacional a um governo designado pela Assembleia Nacional, e se esse apoio incluir ameaça militar, há mais chance de os militares exigirem que Maduro se vá”, diz.

Questionado sobre se existe nos EUA um ambiente favorável à intervenção, ele desconversa: “A ideia tem muito apoio na Venezuela. E o apoio internacional só pode ser averiguado depois de a proposta ser lançada.”

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https://www.osul.com.br/no-periodo-de-um-ano-743-dos-venezuelanos-perderam-em-media-87-quilos/ No período de um ano, 74,3% dos venezuelanos perderam em média 8,7 quilos 2018-01-28
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