Quinta-feira, 28 de março de 2024
Por Redação O Sul | 26 de julho de 2017
O presidente americano Donald Trump afirmou nesta quarta-feira que não vai permitir que transgêneros prestem nenhum tipo de serviço militar aos EUA, em mais uma polêmica decisão que vai contra movimentos do presidente anterior, Barack Obama. De acordo com Trump, a decisão foi tomada após consultas com generais e especialistas.
“Nossos militares devem se concentrar em vitórias decisivas e extraordinárias, e não podem se preocupar com os tremendos custos médicos e transtornos que seriam causados por transgêneros entre os militares”, escreveu no Twitter.
After consultation with my Generals and military experts, please be advised that the United States Government will not accept or allow……
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
….Transgender individuals to serve in any capacity in the U.S. Military. Our military must be focused on decisive and overwhelming…..
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
….victory and cannot be burdened with the tremendous medical costs and disruption that transgender in the military would entail. Thank you
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) July 26, 2017
O Pentágono revogou a proibição de que pessoas abertamente transgêneros prestassem serviços militares no ano passado, sob a administração do democrata Barack Obama. O plano era permitir que o alistamento começasse esse ano, desde que a transição tivesse sido feita há pelo menos 18 meses.
No mês passado, o secretário de Defesa, Jim Mattis, estendeu o prazo para o início do alistamento por seis meses, de 30 de junho de 2017 para 1º de janeiro de 2018.
Durante este período seriam revisados os planos de adesão dos transsexuais e o possível “impacto” na preparação “e poder letal” das forças armadas, detalhou então o Pentágono.
Esse adiamento não afetava os transsexuais que já se encontram servindo as forças armadas e cujo futuro é incerto com a decisão anunciada hoje por Trump, que não detalhou em seus tweets quando e como se aplicará essa proibição.
No ano passado, citando um estudo da think tank RAND Corporation o então secretário de Defesa Ash Carter afirmou que pelo menos 2,5 mil transgêneros ocupam postos nas Forças Armadas americanas e outros 1,5 mil são membros da reserva.
Direitos
A questão dos direitos dos transgêneros se tornou, em 2016, o centro de uma controvérsia sobre a adoção de regulação para cada Estado a respeito do uso de banheiros públicos comuns.
Já em fevereiro o governo Trump enfrentou protestos pela decisão de suspender uma norma adotada pela administração Obama, que incentivava as escolas públicas a permitir que os alunos usassem o banheiro correspondente a sua identidade de gênero.
O mais famoso militar transgênero nos EUA é a ex-analista de Inteligência Chelsea Manning, que passou sete anos na prisão por vazar milhares de documentos sigilosos das Forças Armadas ao site WikiLeaks.
Chelsea ingressou nas Forças Armadas e começou sua carreira militar como o soldado Bradley Manning. Durante seu período na prisão, começou um tratamento hormonal e o processo de transição até adotar seu novo nome.
Perdoada por Obama nos últimos dias de seu governo, Chelsea ainda é ligado ao Exército americano e mantém os benefícios de seu posto, mas se transformou em um ícone para os ativistas dos direitos humanos das pessoas transgênero. (AG/AE)