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Mundo Nos Estados Unidos, juros caíram pela primeira vez em 11 anos. Saiba como isso nos afeta

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No fechamento do mercado interbancário, o dólar subiu 0,55%. (Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

O Fed (Federal Reserve), o banco central dos Estados Unidos, cortou nesta quarta-feira (31) a taxa básica de juros do país, para entre 2% e 2,25%. Foi o primeiro corte na taxa desde 2008, quando chegou ao piso de 0 a 0,25%. A taxa vinha sendo mantida entre 2,5% e 2,25% desde dezembro de 2018, quando encerrou o ciclo de alta.

No comunicado sobre a decisão o BC dos EUA citou preocupações sobre a economia global e inflação fraca nos Estados Unidos, e sinalizou disposição para reduzir os custos de empréstimo ainda mais caso seja necessário.

Em um comunicado ao fim de sua reunião de dois dias, o Fed disse que decidiu cortar os juros “em face das implicações de desdobramentos globais para a perspectiva econômica, bem como pressões inflacionárias fracas.”

Contudo, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou em coletiva de imprensa que a decisão não abre uma sequência de cortes de juros.

“Eu comparo isso com o começo, por exemplo, de um longo ciclo de cortes. Não é o que vamos ter agora. Essa não é a nossa perspectiva agora, nem nosso panorama”, declarou ele em entrevista coletiva, na qual negou qualquer interferência política na decisão. “Deixe-me ser claro. Eu disse que não é o começo de uma longa série de corte de juros. Não disse que é só um (corte), nem nada parecido”, completou, segundo a France Presse.

Dois integrantes do FOMC (Comitê de Política Monetária) foram contrários à decisão, que visa estimular a economia.

O Fed também anunciou a antecipação do fim da política conhecida como “quantitative tightening”, ou QT, que consiste na compra de dívida pública e privada pelo banco central. Isso significa que a partir de 1 agosto entidade vai começar a se desfazer de suas enormes reservas adquiridas durante a crise financeira mundial.

“Tendo em vista as implicações de desenvolvimento globais para o cenário econômico, bem como pressões inflacionárias nulas, o comitê decidiu reduzir a faixa para a taxa básica de juros para 2% a 2,25%”, diz a nota do FOMC.

Embora o comitê ainda espera uma expansão econômica sustentada e um aumento gradual da inflação em direção à meta do Fed, “as incertezas sobre este cenário persistem”.

Os integrantes do FOMC vão “continuar a monitorar as implicações das informações sobre o cenário econômico e vão agir de forma adequada para sustentar a expansão, com um mercado de trabalho forte e a inflação perto da meta simétrica de 2%”.

A decisão de reduzir os juros não foi unânime: teve oito votos a favor e dois contra. Os dissidentes, Esther George, presidente do Fed de Kansas City, e Eric Rosengren, do de Boston, votaram contra o corte porque “preferiam, nesta reunião, manter a meta da faixa para a taxa básica de juros em 2,25% a 2,5%”.

O comunicado admite que “o mercado de trabalho continua forte e a atividade econômica tem crescido em ritmo moderado”.

América Latina

As taxas de juros dos EUA influenciam todo o sistema financeiro internacional, não apenas o país emissor do dólar. Como o corte do Fed reduz o custo do dinheiro, ele permite que o resto do mundo tenha acesso a um dólar mais barato.

E se o dólar cai em relação a outras moedas, isso influencia o mercado de câmbio das economias de outros países, que podem obter financiamento na moeda americana a taxas mais baixas.

Por outro lado, o corte poderia incentivar o capital financeiro a buscar melhores retornos nos mercados emergentes, o que favoreceria a América Latina no longo prazo. “Os investidores procurariam retornos mais altos em outros mercados”, disse à BBC News Mundo Jacobo Rodríguez, diretor de análise financeira da BWC (Black Wallstreet Capital).

Eles poderiam expandir seus investimentos no México ou no Brasil, que pagam uma taxa de juros mais atraente. “O aumento da entrada de dólares fortalece as moedas locais”, algo que impulsionaria o peso mexicano, por exemplo, para o lado positivo.

Em países como a Argentina, a decisão do Fed é acompanhada com atenção. O corte, que faz com que o dólar perca força, teria efeito sobre a estabilização da taxa de câmbio.

Se mais recursos chegarem a esse país, dizem especialistas locais, isso fortaleceria o peso argentino de forma relativa (ou melhor, diminuiria sua desvalorização), algo positivo no difícil cenário econômico que a Argentina enfrenta. Além disso, quando o dólar cai, o preço de recursos como a soja aumenta.

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