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Brasil Novas mensagens vazadas entre Moro e Dallagnol atestam interferência do ex-juiz na Lava Jato, afirma Revista Veja

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O grupo de trabalho da Câmara dos Deputados que analisa o pacote anticrime do ministro Sergio Moro aprovou nesta quinta-feira (19).(Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

A edição da revista Veja desta sexta-feira (5) publicou reportagem feita em parceria com o The Intercept Brasil, na qual mostra que o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, cometeu irregularidades enquanto atuava como juiz da Operação Lava Jato. No texto, os editores da Veja afirmam que, após analisarem o arquivo por semanas, concluíram que a narrativa de Moro como herói nacional ou como juiz imparcial tornou-se insustentável.

Para a revista, “fica evidente que as ordens do então juiz eram cumpridas à risca pelo Ministério Público e que ele se comportava como parte da equipe de investigação, uma espécie de técnico do time — não como um magistrado imparcial”.

Uma suposta conversa de 28 de abril de 2016 mostra que Moro orientou os procuradores a tornarem mais robusta uma peça. No diálogo atribuído a Deltan Dalla­gnol, chefe da força-tarefa em Curitiba, e à procuradora Laura Tessler, ele avisa Laura que Moro o havia alertado sobre a falta de uma informação na denúncia de um réu — que seria Zwi Skornicki, representante da Keppel Fels, estaleiro que tinha contratos com a Petrobras para a construção de plataformas de petróleo, e um dos principais operadores de propina no esquema de corrupção da Petrobras.

“Não ter pressa”

Um outro trecho inédito das mensagens que seriam de Moro, demonstram que ele teria aconselhado uma delegada, que aparece como “Não Identificada”, a “não ter pressa” de incluir informações que poderiam levar o caso para o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo a análise do Intercept em conjunto com a Veja, os arquivos eram referentes à participação de políticos em esquemas de propina. A conversa em questão seria entre o procurador Athayde Ribeiro Costa, com a delegada da Polícia Federal Érika Marena, em grupo da força-tarefa de Curitiba,

De acordo com a publicação, Moro “não pode pedir pressa ou guardar algo que foi apreendido na busca e apreensão. A conduta também pode levar o magistrado à suspensão”.

Moro era contra a delação de Eduardo Cunha

No dia 5 de julho de 2017, Moro teria questionado Deltan Dallagnol sobre rumores de uma possível delação premiada do ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (MDB-RJ). “Espero que não procedam”, disse. Depois, pediu para manter-se informado sobre o assunto.

À época do diálogo atribuído a Deltan e Moro, um grupo no Telegram, formado por procuradores de Curitiba, Rio de Janeiro e Natal já trataria da potencial delação – que acabou não prosperando.

Combinação com o MPF 

No dia 7 de julho de 2015,  uma conversa no grupo “PF-MPF Lava Jato 2”, mostra um interlocutor não identificado, que a reportagem concluiu ser o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, avisando outro interlocutor não identificado, que a Veja apurou ser o delegado da Polícia Federal Igor Romário, sobre uma sugestão dada por Moro, apelidado nas conversas de Russo. 

“Igor. O Russo sugeriu a operação do professor para a semana do dia 20.”, diz a mensagem enviada por Santos Lima. “Opa… beleza… Vou começar a me organizar”, responde o delegado. Segundo a apuração da revista, o “professor” era o almirante Othon Luiz Pinheiro da Silva, da Eletronuclear.

João Carlos Bumlai

Conforme a publicação, a proximidade entre Sérgio Moro e o procurador Deltan Dellagnol fica clara em uma conversa ocorrida em 17 de dezembro de 2015. Moro cobrou manifestação do MPF no pedido que revogava a prisão preventiva do pecuarista João Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. 

“Ate amanhã meio dia”, teria escrito o então juiz. Dallagnol supostamente garante que a ação será feita e acrescenta: “Seguem algumas decisões boas para mencionar quando precisar prender alguém…”. À luz do direito, para a revista, é tão constrangedor quanto se Cristiano Zanin Martins fosse flagrado passando a Moro argumentos para embasar um habeas-corpus a favor de Lula. A Veja aponta que a proximidade chegou ao ponto de Dallagnol dar dicas ao então magistrado sobre argumentos para garantir uma prisão.

Conselho de Fausto Silva à Lava Jato

As mensagens apontam que o apresentador Fausto Silva, da TV Globo, forneceu uma espécie de assessoria de comunicação a Moro e à força-tarefa da Lava Jato. Durante um diálogo com o procurador Deltan Dallagnol, o então juiz Sérgio Moro teria dito que foi procurado pelo apresentador, que o cumprimentou pelo trabalho da Lava Jato e deu conselhos para melhorar as falas dos investigadores.

De acordo com o relato, Faustão teria aproveitado a conversa para dar conselhos aos responsáveis pela investigação: “Ele disse que vcs nas entrevistas ou nas coletivas precisam usar uma linguagem mais simples. Para todo mundo entender”, teria escrito o atual ministro da Justiça. Consultado pela Veja, o apresentador confirmou o teor das mensagens.

Em nota, a assessoria de Moro afirmou que ele não reconhece a autenticidade das mensagens e que sempre se pautou pela legalidade. A revista também informa que Deltan Dalla­gnol foi procurado e pediu para ver as mensagens antes de se manifestar, recusando um encontro com os repórteres quando isso foi solicitado.

 

 

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