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Por Redação O Sul | 24 de novembro de 2017
Os adoçantes foram originalmente criados para dar um gosto doce a alimentos de pessoas diabéticas. Mas o produto, que não tem açúcar e por isso contém pouca ou nenhuma caloria, caiu no gosto popular, principalmente de quem quer emagrecer. Mas, de acordo com uma revisão de estudos apresentada na edição última do evento “Obesity Week”, que ocorreu em Washington, nos Estados Unidos no início do mês, o adoçante pode ajudar a engordar, porque é capaz de otimizar a captação das calorias ingeridas durante as refeições em que é utilizado.
“O produto só funcionará se a pessoa usar o adoçante e não comer besteira ao mesmo tempo, principalmente carboidratos, incluindo o açúcar. Caso contrário, a combinação de alimentos supercalóricos com adoçante pode resultar em aumento de peso, um efeito totalmente contrário ao esperado”, explica o endocrinologista Flavio Cadegiani.
Além de evitar o uso em excesso, os especialistas recomendam que as pessoas deem preferência aos adoçantes naturais, já que os artificiais têm aditivos químicos. Apesar disso, segundo Walmir Coutinho, membro da SBEM (Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia), é melhor fazer uso de adoçante no lugar do açúcar: “Mesmo que ele possa levar ao ganho de peso quando usado por muito tempo, é menor se comparado ao proporcionado pelo açúcar. A pessoa precisa ter cautela. O ideal não seria usar nem açúcar nem adoçante. Mas para escolher, é melhor o segundo”, afirma.
Uma das maneiras de tentar cortar o açúcar e o adoçante da dieta é fazendo sucos naturais de frutas da época. “Elas costumam ser mais adocicadas e saborosas. Além disso, podemos inserir alimentos amargos e ácidos aos poucos e em pequena quantidade no dia a dia, para estimular outras regiões cerebrais responsáveis pela memória de sabores. Passado o período inicial de baixo consumo de açúcar, o desejo de consumi-lo tende a ser reduzido, pois o organismo se acostuma com seus novos níveis”, indica a nutricionista Carine Rodrigues da Clinèe Medicina Estética. Os especialistas reforçam que o uso do adoçante deve ser feito sob orientação de um profissional de saúde.
Stévia
Os adoçantes feitos à base de stévia são extraídos da folha da Stevia rebaudiana, uma planta de origem sulamericana. Essa opção figura entre as mais saudáveis, já que é de origem natural e não causa qualquer alteração na glicemia. “Ela adoça cerca de 300 vezes mais que o açúcar sem adicionar calorias à dieta”, explica a nutricionista Bruna Pinheiro, do programa de emagrecimento Dieta e Saúde, que recomenda o uso em sucos, sorvetes, chás e pratos cozidos ou assados.
Mascavo
Para quem não tem diabetes, o açúcar branco pode ser substituído pelo açúcar mascavo. “Esse alimento é obtido das primeiras extrações da cana, por isso possui menos calorias e mais minerais – como cálcio, magnésio, potássio e fósforo – que o açúcar branco” explica Bruna.
Ele pode ser utilizado da mesma maneira que o açúcar branco, mas vale ressaltar que ele contém calorias e por isso deve ser usado com moderação. A compra desse alimento também merece atenção, já que pode ser feita a granel, em que o produto fica exposto. Nesse caso o risco de contaminação é maior. Prefira comprar o produto embalado e confira os dados de lote e prazo de validade.