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Por Redação O Sul | 11 de julho de 2019
A lista de evangélicos que poderiam ser indicados pelo presidente Jair Bolsonaro para o STF (Supremo Tribunal Federal) é encabeçada, atualmente, pelo advogado-geral da União, André Mendonça. Ele tem o apoio de parte da bancada religiosa no Congresso Nacional.
Mendonça também tem recebido elogios de ministros do STF, que se surpreenderam positivamente com a sua performance na defesa do governo na Corte. Os ministros ressalvam, no entanto, que ele é muito jovem para o cargo, segundo informações da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
O nome do deputado federal Marcos Pereira (PRB-SP) entrou recentemente na bolsa de apostas para o STF. Ele é bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, comandada por Edir Macedo, dono da TV Record, que apoiou a eleição de Bolsonaro.
Na lista, já estavam também o ministro Humberto Martins, do STJ (Superior Tribunal de Justiça), e o juiz Marcelo Bretas, da Lava-Jato no Rio de Janeiro.
Em um culto realizado na Câmara dos Deputados, Bolsonaro afirmou na quarta-feira (10) que indicará para uma das vagas no Supremo um nome “terrivelmente evangélico”. Na cerimônia promovida pela bancada evangélica, na qual recebeu bênção do bispo licenciado da Universal Marcos Pereira (PRB-SP), o presidente lembrou que o Estado brasileiro é laico, mas ressaltou que isso não impede que ele seja “terrivelmente cristão”.
A indicação de ministros do Supremo é uma atribuição do presidente da República, que depois precisa ser aprovada pelo Senado. Até o final do seu mandato, Bolsonaro poderá indicar ao menos dois deles.
O primeiro ministro do Supremo que deve deixar a Corte é o decano Celso de Mello, que completa 75 anos – a idade de aposentadoria obrigatória – em novembro de 2020. A segunda vaga no STF deve ficar disponível com a aposentadoria de Marco Aurélio Mello, em julho de 2021.
Bolsonaro chegou a dizer neste ano que havia reservado uma das vagas a Sérgio Moro, ex-juiz da Lava-Jato que deixou a magistratura para se tornar ministro da Justiça e Segurança Pública. Depois, negou haver qualquer acordo e disse apenas buscar alguém com o perfil dele.
“O Estado é laico, mas somos cristãos e, entre as duas vagas que terei direito a indicar para o STF, um será terrivelmente evangélico”, repetiu o presidente da República. A declaração causou mal-estar na equipe de Moro, que até então era considerado o favorito para a vaga de 2020.