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Economia O BNDES já cogita vender suas participações na Petrobras e na Vale, até pouco tempo consideradas estratégicas

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Investimentos até pouco tempo considerados “estratégicos” para o BNDES estão perdendo relevância na nova política de mercado de capitais do banco de fomento. Sem alarde, a BNDESPar – braço de participações pelo qual o banco se torna sócio de empresas – vem vendendo ações de várias companhias, entre elas Petrobras e Vale, e já colocou na mira de seus desinvestimentos papéis da Eletrobras. As fatias dessas três companhias detidas pelo banco, até então usadas como instrumento para assegurar a ingerência do Estado nelas, passaram a ser tratadas apenas como parte da carteira do BNDES com boa perspectiva de lucro em caso de venda. Juntas, essas participações somavam R$ 39,5 bilhões ou 57% do total do portfólio da BNDESPar no fim de 2017.

Além de vender papéis dessas companhias, das quais ainda continua a ser acionista relevante, o BNDES reduziu as suas participações em grandes empresas como Braskem, Lojas Americanas e Oi nos últimos anos. Tem vendido mais do que comprado títulos, aumentando a participação da subsidiária no lucro do banco. Só no ano passado, foram R$ 6,6 bilhões em ações vendidas na Bolsa, quase cinco vezes mais do que em 2016.

O lance mais recente dessa mudança de postura do BNDES foi a venda de ações da gigante de celulose Fibria, da qual era um dos controladores, para a Suzano, da qual é sócio minoritário. O negócio fechado acima do valor de mercado da Fibria, anunciado no último 15 de março, renderá ao banco R$ 8,5 bilhões. Eliane Lustosa, diretora do BNDES que representou o banco nas negociações, diz que a operação é um exemplo do novo papel que vem sendo traçado para a subsidiária de participações há cerca de um ano e maio. O objetivo agora é apurar lucros com investimentos já maduros e reciclar a carteira para passar a apoiar o que chama de “campeões invisíveis”: pequenas empresas de base tecnológica cujo crescimento pode ser potencializado pelo banco de fomento.

“Algumas participações do banco eram consideradas “estratégicas”, que não deveriam ser objeto de avaliação de perspectiva de venda. Agora essa avaliação constante faz parte da BNDESPar. Não há participação que seja “imexível”. O fluxo é: investe, acompanha e desinveste”, afirma Eliane Lustosa, que até a semana passada comandava a área de mercado de capitais do banco e agora assume a diretoria de planejamento e estratégia.

Segundo Eliane, empresas como Vale, Petrobras e Eletrobras já são maduras, não precisam mais serem fortalecidas pelo banco, e atuam em setores que não são prioritários para a instituição. A diretora enfatiza, porém, que a forma e o momento de o BNDES sair das empresas deve ser avaliado com cautela. Primeiro, porque são participações relevantes, que podem mexer com o preço dos papeis se vendidas de uma só vez. Em segundo lugar, porque o desinvestimento tem que dar lucro para o banco. Para isso, a BNDESPar poderá, a partir deste ano, contratar bancos para auxiliá-la nesse processo, além de contar com um comitê formal interno de avaliação. Até agora, não havia critérios claros na política de mercado de capitais do banco para a seleção de um consultor financeiro, como é comum acontecer no setor privado.

Áreas unificadas

Há até pouco tempo, uma área na BNDESPar cuidava só das empresas líquidas – aquelas cujas ações podem ser compradas e vendidas com facilidade e nas quais estavam os investimentos considerados estratégicos – e outra ficava com capital empreendedor. Agora, as duas foram unificadas e os técnicos avaliam constantemente a possibilidade de saída das companhias. Ao mesmo tempo, planejam formas de intensificar o apoio aos negócios com potencial ainda não desenvolvido. A ideia é priorizar iniciativas que o banco já tem nessa área, como os fundos Criatec, que investem em negócios inovadores.

As mudanças ocorrem, em parte, como resposta à maior vigilância dos órgãos de controle, como o TCU, que passaram a cobrar do BNDES justificativas de investimentos feitos no passado para formar “campeões nacionais”, como ficou conhecida a política de fomento a multinacionais brasileiras nos governos Lula e Dilma. O caso mais controverso é o da JBS.

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