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Brasil O Brasil poderá perder até 5 bilhões de dólares com o calote da Venezuela

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Graças à aproximação entre os ex-presidentes Hugo Chávez (1954-2013) e Lula, o BNDES emprestou US$ 3,2 bilhões para a Venezuela desde 2002. (Foto: Reprodução)

O prejuízo do Brasil com o calote venezuelano deve aumentar significativamente nos próximos meses. Sob condição de anonimato, técnicos do governo brasileiro disseram à Folha de S.Paulo que a perda pode ficar entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões.

O Ministério da Fazenda se recusou a informar oficialmente a exposição do Brasil à Venezuela. Uma parte importante dos recursos devidos são créditos à exportação avalizados pelo Tesouro Nacional, por meio do Fundo de Garantia à Exportação.

Ou seja, no caso de calote, o banco aciona o seguro e o dinheiro sai do Orçamento do próprio governo brasileiro.

Até agora, os venezuelanos já atrasaram o pagamento de uma parcela de US$ 262 milhões desses créditos no âmbito do CCR (convênio de pagamentos e créditos recíprocos) — que funciona como uma câmara de compensação entre os bancos centrais de 12 países latino-americanos.
A parcela está vencida desde setembro, e o Brasil tentou enviar uma missão a Caracas para negociar, mas o governo de Nicolás Maduro se esquivou e não marcou data para a reunião.

O Brasil então comunicou o calote ao Clube de Paris, que reúne governos credores e do qual faz parte há um ano, para tentar receber o dinheiro de volta em conjunto com outros países.

Segundo técnicos do governo brasileiro, a dívida total da Venezuela com o Brasil no âmbito do CCR chega a pouco mais de US$ 1 bilhão (R$ 3,31 bilhões no câmbio de terça-feira, 14).

Boa parte desses valores são obras das construtoras Odebrecht e Andrade Gutierrez, envolvidas na Lava-Jato, na Venezuela, que foram financiadas pelo BNDES.

Lula e Chávez

Graças à aproximação entre os ex-presidentes Hugo Chávez (1954-2013) e Luiz Inácio Lula da Silva, o BNDES emprestou US$ 3,2 bilhões para a Venezuela desde 2002.

Os dois países chegaram até a anunciar uma parceria — que nunca se concretizou — entre a Petrobras e a PDVSA para a construção da refinaria de Abreu e Lima, em Pernambuco. A estatal brasileira acabou sendo obrigada a tocar a obra sozinha.

Os financiamentos do BNDES continuaram sendo liberados no governo Dilma Rousseff até o início de 2016, quando a Venezuela deixou de depositar as garantias necessárias para operar o CCR por causa da deterioração de sua economia. Depois disso, o Brasil interrompeu a concessão de novos créditos.

Além do US$ 1 bilhão registrado no CCR, os técnicos brasileiros estimam haver entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões de dívida não paga pela Venezuela a empresas brasileiras.

Nesse cálculo, estão desde importação de alimentos até pagamentos de passagens para as companhias TAM e GOL, que operavam voos regulares para Caracas.

Com a dificuldade para receber, as empresas brasileiras abandonaram o mercado venezuelano nos últimos anos, e o comércio bilateral minguou.
Em 2008, no auge das trocas entre os dois países, o Brasil exportou US$ 5,15 bilhões para a Venezuela. De janeiro a outubro deste ano, foram US$ 388 milhões.

tags: Brasil

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