Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2018
O carro autônomo da Uber que matou uma mulher no Arizona (Estados Unidos) no último mês de março detectou a vítima antes de atropelá-la, mas decidiu não parar e não reagiu imediatamente para evitar o acidente. Segundo o site The Information, a notícia faz parte da investigação em andamento do caso. As informações são do portal de notícias UOL.
O software do carro em teste, que estava em modo autônomo com um motorista dentro do veículo enquanto ele se locomovia automaticamente, chegou a detectar a mulher de 47 anos que foi atropelada. Elaine Herzberg atravessava fora da faixa de pedestre quando foi atingida – investigação anterior também apontou que o carro estava acima da velocidade.
Segundo a investigação, o software do veículo havia sido ajustado para ser mais lento na reação a objetos em seu caminho. A intenção era prevenir “falsos positivos” – como uma sacola de plástico voando próxima ao carro.
Tanto a Uber quanto o Conselho Nacional de Segurança no Trânsito dos Estados Unidos investigam as causas do acidente para identificar se o software foi culpado. Mas segundos fontes a par da investigação, ouvidas pelo The Information, o software usado no Volvo pode ter sido a “provável causa” da morte da mulher.
As companhias de carros autônomos são capazes de equipar suas tecnologias para serem mais ou menos cautelosas ao lidarem com obstáculos em vias públicas. Tipicamente quando as tecnologias – como a visão de computador do software que está detectando e entendendo o que são os objetos ao redor – são menos sofisticadas, as companhias fazem os veículos serem mais cautelosos.
Nesses casos, o carro pode parar para qualquer coisa em seu caminho. Segundo o The Information, a Uber decidiu ajustar o sistema para que ele não parasse em falsos positivos – por isso, o veículo não foi capaz de reagir imediatamente à aparição da mulher após detectar a pedestre.
Desde o acidente, a Uber parou os testes com carros sem motorista em vias públicas e contratou um ex-chefe do Conselho Nacional de Segurança no Trânsito dos Estados Unidos para ajudar a criar protocolos de segurança na sua tecnologia autônoma.
A empresa apontou ainda aos sites internacionais que não comentará sobre a investigação por ela ainda estar em andamento.
Passo natural
Em testes, a tecnologia de carro autônomo é considerada o próximo passo natural da indústria automobilística e é testada por várias empresas. Mesmo assim, acidentes têm ocorrido, com culpa ou não da tecnologia – além da Uber, carros da Tesla e da Waymo (empresa ligada ao Google) também já se envolveram em batidas.