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Brasil O caseiro do sítio em Atibaia negou que recebesse ordens de Lula, mas disse que a ex-primeira-dama Marisa Letícia comandou reformas na propriedade

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Testemunha refutou ideia de que o sítio pertencesse ao ex-presidente. (Foto: Reprodução)

Em depoimento ao juiz federal Sérgio Moro nessa quarta-feria, o caseiro Élcio “Maradona” Vieira, do sítio atribuído ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Atibaia (SP), disse que nunca recebeu ordens, recados ou pedidos de favores por parte do líder petista.

A afirmação diverge do que foi relatado por Misael de Jesus Oliveira, funcionário da OAS que depôs ao magistrado um dia antes. Na ocasião, ele contou ter sido convocado por seu gerente para trabalhar em reformas na propriedade rural e que recebia pedidos diretamente da ex-primeira-dama Dona Marisa Letícia (que faleceria em fevereiro de 2007, vítima de um AVC), enquanto Lula passava recados através do caseiro.

“Maradona” depôs como testemunha de defesa de Lula e do empresário Fernando Bittar, um dos proprietários do sítio, na ação que investiga se o ex-presidente recebeu cerca de R$ 1 milhão das construtoras Odebrecht, OAS e Schahin por meio de obras feitas no local, que era frequentado por Lula e sua família – o MPF (Ministério Público Federal) diz que o sítio, registrado em nome de outras pessoas, na verdade pertence ao petista. A defesa nega.

Apesar de negar a afirmação de que teria atuado repassando recados de Lula, Vieira confirmou outra declaração dada pelo funcionário da OAS, de que a empreiteira proibiu o uso de uniformes com o nome da empresa para a realização de obras no sítio em 2014, quando relatou ter trabalhado em reformas na cozinha do sítio e na impermeabilização de um lago.

O caseiro disse, ainda, que uma equipe de 20 a 25 pessoas trabalhou na construção de uma edificação com quatro suítes e um galpão, nos fundos da casa principal, e que os servidores usavam uniforme, mas sem identificação de qualquer empresa. Isso teria ocorrido em 2010.

Dona Marisa

Ainda segundo “Maradona”, Dona Marisa Letícia decidiu sobre duas reformas realizadas no sítio – o acabamento de um banheiro e a ampliação de uma cozinha: “O Fernando Bittar já tinha o projeto, decidido com a sua esposa, de que eles iam ampliar a cozinha, por ser muito pequena. Só que Dona Marisa tinha os pitacos dela, tomou conta daquilo ali.

Também segundo Vieira, o acabamento do banheiro foi custeado por Bittar, que “já nem ia mais na época da cozinha”. Ele disse não saber, no entanto, quem pagou a reforma.

O caseiro também disse que tratava com Marisa Letícia sobre os animais e a horta do sítio por meio do e-mail da segurança de Lula. “Tudo que tiver relacionado à horta e aos bichos você me passa nesse e-mail”, relatou sobre o que teria ouvido da ex-primeira-dama.

E-mail

Na audiência, a defesa de Bittar questionou o caseiro a respeito de e-mails enviados por ele e usados pelo MP como provas do processo. Em uma das mensagens endereçadas à equipe de Lula, “Maradona” pôs o título “Chácara do presidente”.

Conforme o caseiro, Bittar fez a brincadeira de colocar o sítio como uma espécie de premiação de uma partida de futebol no local. “Vamos fazer um time dos seguranças contra os amigos do presidente. E aí o Fernando Bittar brincou: ‘Quem ganhar aqui vai ficar com a chácara’. Aí o presidente ganhou e eu intitulei ‘Chácara do presidente'”, afirmou. O caseiro negou mais uma vez que o sítio pertencesse ao ex-presidente. “Era uma brincadeira”, alegou.

A defesa questionou Vieira sobre outro e-mail, em que o caseiro escreve “Sítio do presidente” no corpo do texto. A correspondência era com Fernando Bittar, em maio de 2015. Ele justificou “não ser bom em português” e ter se expressado errado: “Eu intitulei sítio do presidente, mas eu queria ter escrito sítio pro presidente”. Ele admitiu, porém, que sabia do interesse de Lula em comprar o sítio.

Moro marcou para 11 de setembro o interrogatório de Lula no caso do sítio. Será a terceira vez que o ex-presidente será interrogado presencialmente pelo magistrado. A ação está na fase dos depoimentos de testemunhas de defesa, que deve se encerrar no fim deste mês.

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