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Brasil O clima na relação Supremo-Lava-Jato é de bangue-bangue: ninguém confia em ninguém

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Procuradores têm certeza de que a Corte atua para acabar com a Lava-Jato. (Foto: Nelson Jr./SCO/STF)

A despeito da tentativa do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), de dar um freio de arrumação no episódio da censura à Crusoé, o clima na relação STF-Lava-Jato é de “saloon” de bangue-bangue: ninguém confia em ninguém. Há teorias conspiratórias para toda sorte de narrativas sobre supostos bastidores do depoimento de Marcelo Odebrecht no qual ele cita Dias Toffoli. Em linhas gerais, parte dos ministros acha que os procuradores querem emparedar o Supremo, enquanto os procuradores têm certeza de que a Corte atua para acabar com a Lava-Jato.

Um dos pontos criticados pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, no inquérito instaurado pelo Supremo para investigar notícias falsas é o fato de o processo não indicar quem seriam os investigados.

A procuradora, porém, já pediu a abertura de um inquérito sem indicar ao Supremo quem eram os alvos da apuração.

No ano passado, o ministro Edson Fachin deu três dias para Raquel esclarecer quem deveria “figurar como investigado” no inquérito que apura esquema de pagamentos do grupo J&F. A PGR levou 16 dias para mandar a lista.

O senador Antônio Anastasia (PSDB-MG) deu sinais de que não pretende alterar o rito de recebimento de pedidos de impeachment ou de denúncias contra ministros do STF e contra o procurador-geral da República.

Anastasia foi nomeado relator na CCJ do projeto de Lasier Martins (Podemos-RS) que tira poderes de o presidente do Senado decidir monocraticamente a respeito da abertura de impeachments.

Documento da Lava-Jato com o apelido de Toffoli motivou censura 

No dia 12, o ministro Alexandre de Moraes determinou que os sites da revista Crusoé e O Antagonista retirassem do ar reportagem e notas publicadas horas antes sobre uma menção ao presidente do Supremo, Dias Toffoli, feita em um e-mail pelo empresário e delator Marcelo Odebrecht.

A mensagem em que Marcelo chama o ministro Dias Toffoli, presidente do Supremo, de “amigo do amigo de meu pai” foi escrita em julho de 2007 e faz referência a uma das obras campeãs em propina na Operação Lava-Jato: a usina de Santo Antônio, com mais de R$ 100 milhões em suborno, segundo delatores da Odebrecht e Andrade Gutierrez.

No e-mail, enviado à Polícia Federal pelo empresário no âmbito de uma apuração da Lava-Jato no Paraná, Marcelo faz a seguinte pergunta a dois executivos da Odebrecht: “Afinal vocês fecharam com o amigo do amigo do meu pai?”.

O amigo do pai de Marcelo, Emilio Odebrecht, era Lula, segundo a delação da companhia. Toffoli, diz Marcelo, então chefe da AGU (Advocacia-Geral da União) do governo Lula e ex-assessor petista, era o amigo de Lula nesse jogo de apelidos cifrados.

Adriano Maia, que foi diretor jurídico da Odebrecht e cuidava dos contatos com o Judiciário, respondeu à pergunta de Marcelo: “Em curso”. Não há, porém, nenhuma menção a pagamentos ou irregularidades.

A decisão de Moraes pela censura, que atendeu a um pedido de Toffoli, ocorreu no âmbito de um inquérito aberto pelo STF em março para apurar fake news e divulgação de mensagens que atentem contra a honra dos integrantes do tribunal.

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