Sábado, 20 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 1 de abril de 2019
O CNJ (Conselho Nacional de Justiça) confirmou à ConJur que sofreu um vazamento de dados na madrugada desta segunda-feira (1º). Foram divulgados nomes completos, números de contas bancárias, telefones, CPFs e senhas de pessoas que já utilizaram os serviços do CNJ.
Em nota divulgada à imprensa, o CNJ informou que “nenhum sistema de informações processuais foi atingido” pelo ataque. Portanto, diz o comunicado, o PJe e o banco de monitoramento de prisões (BNMP) não foram afetados.
Segundo o site de segurança cibernética Defcon Lab, o ataque foi feito por uma hacker que usa o codinome Al1ne, de uma equipe chamada Pryzraky. Segundo o site TecMundo, que teve acesso ao documento vazado, são cerca de 6 mil linhas de dados com informações pessoais e credenciais de acesso para serviços do CNJ.
A hacker deixou uma mensagem em indonésio: “Uma criança nascida hoje crescerá sem uma concepção de privacidade. Eles nunca saberão o que significa ter um certo momento para si pensamentos que não são registrados e não analisados. E isso é um problema porque a privacidade é importante; a privacidade é o que é possível devemos determinar quem somos e quem queremos ser”.
Não se sabe se há relação da campanha com o ataque, o fato é que o poder Judiciário tem sido alvo, nos últimos meses, por uma série de críticas incluindo informações falsas disseminadas pelas redes sociais.
Segundo a Agência Brasil, O tema tem suscitado incômodo no presidente do CNJ e do Supremo Tribunal Federal, ministro Dias Toffoli, que, no mês passado, determinou a abertura de um inquérito, a ser conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, para apurar ameaças e a disseminação de informações falsas sobre a Corte.
Manifesto
Enquanto isso, entidades como a CNBB, OAB, UNE, CNI e entidades sindicais vão lançar na quarta (3) vão lançar um manifesto condenando os ataques “autoritários e truculentos” contra o poder Judiciário.
O texto diz que países que admitiram retrocessos “começaram suas fatídicas trajetórias atacando o Judiciário de forma desleal e falsa”. Movimentos de direita que atuam na rede social também estão convocando manifestações pelo impeachment de ministros do STF.
Comunicado do CNJ
“Nota de Esclarecimento: Nesta segunda-feira (1/4), o portal do Conselho Nacional de Justiça na Internet foi objeto de ataque de hackers. Nenhum sistema de informações processuais, como o PJe (Processo Judicial Eletrônico), o BNMP (Banco Nacional de Monitoramento de Prisões) e o SEEU (Sistema Eletrônico de Execução Unificado), foi afetado.
O CNJ acionou as autoridades e tomou as medidas necessárias para apurar os fatos e manter a segurança do Portal.”