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Brasil O consumo de alimentos ultraprocessados é cada vez mais precoce no Brasil

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O recomendado pela OMS é que bebês de até 6 meses se alimentem exclusivamente do leite materno. (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

O consumo de alimentos ultraprocessados é cada vez mais precoce no Brasil. Crianças com menos de 2 anos chegam a ter praticamente a metade da sua alimentação diária composta por produtos industrializados. São farináceos, bebidas lácteas, refrigerantes, biscoitos. Por isso, o Ministério da Saúde lançou uma campanha de prevenção da obesidade infantil.

O objetivo é alertar e orientar as famílias sobre a importância da formação de hábitos saudáveis na infância. Foi lançada também uma nova versão do guia alimentar para bebês. A alimentação com altas quantidades de sal, gordura e açúcar desde a primeira infância tem impacto direto nos índices de obesidade dos pequenos e também da população em geral.

Dados do governo mostram que 15,9% das crianças com menos de 5 anos já apresentam excesso de peso. Nos últimos 13 anos, o porcentual de obesos no País passou de 11,8% para 19,8%. Foi um aumento de 67,8%, um dos maiores índices de crescimento no mundo.

Já está bem estabelecido cientificamente que o excesso de peso pode causar doenças crônicas como diabete, hipertensão e colesterol alto. Também é fator decisivo para o desenvolvimento de problemas cardíacos e câncer. “O cenário de obesidade infantil é muito preocupante, com índices cada vez mais altos de diabete e hipertensão”, afirmou o nutricionista Cristiano Boccolini, da Fiocruz. “Cada vez mais as crianças estão recebendo produtos ultraprocessados em vez de comida de verdade. Temos de desembalar menos e descascar mais.”

A má alimentação desde a primeira infância tem causas múltiplas, como indicam especialistas. Um dos maiores problemas está relacionado ao aleitamento materno. O recomendado pela OMS (Organização Mundial de Saúde) é que bebês de até 6 meses se alimentem exclusivamente do leite materno.

Dados do governo brasileiro mostram, no entanto, que duas em cada três crianças com menos de 6 meses já recebem algum outro tipo de leite, em geral acrescido de alguma farinha e açúcar. E apenas um terço continua recebendo leite materno até os 2 anos. Nesta faixa etária, 49% já se alimentam também de sucos adoçados, refrigerantes e biscoitos. O preconizado é zero açúcar até essa idade.

“A amamentação previne a obesidade na idade adulta, as crianças amamentadas têm menos chances de se tornarem adultos obesos”, afirmou Boccolini. “Mas, além disso, a complementação alimentar dos bebês deve ser feita com comida de verdade – arroz, feijão, carne, legumes e verduras.”

Alguns obstáculos são a pouca disponibilidade das mães que precisam trabalhar e o alto preço dos alimentos mais saudáveis. “O paladar das crianças na hora de descobrir o açúcar é muito aguçado”, disse o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, que lançou a campanha no Rio. “É preciso evitar alimentos que não agregam valor nutricional, mas agregam peso. E criança tem de andar descalça, correr, pedalar. Se essas atividades forem substituídas por horas de tela, vamos pagar um preço muito alto.”

“O leite materno tem menos proteína que o leite de vaca, mas é uma proteína de qualidade superior. Quando tira a o leite materno, a criança recebe um excesso de proteína que já favorece o ganho de peso”, afirmou o nutricionista Marcio Atalla, embaixador da campanha do ministério. “Além disso, tem muita criança com menos de 2 anos tomando refrigerante, comendo biscoito; um excesso de caloria que ela não gasta nessa idade e vai reverter no sobrepeso.”

Controle

Os pais tentam equilibrar a alimentação dos filhos, mas enfrentam dificuldades. Chocolate soa como palavra mágica para Bryan, de 4 anos. “Ele adora, come qualquer um”, conta o pai, o vistoriador Pedro Reis, de 22 anos, morador da Tijuca, na zona norte do Rio. “Se deixar, come todo dia, mas eu e a mãe não permitimos. É uma vez por semana mais ou menos”, conta o pai.

Já Rafael, de 1 ano, ainda nem sabe o que é o sabor doce. “Só dou pra ele comida sem sal nem açúcar”, conta a mãe do bebê, a nutricionista Mayra Reis, de 34 anos. “Sei que não vai dar pra manter essa regra para sempre, mas meu objetivo é que, até os 2 anos, ele não coma nada industrializado. No começo deu certo, mas agora ele vê os primos comendo (lanche do) McDonald’s e também quer”, diz. “Eu não deixo. O máximo que ele come não feito em casa é biscoito de polvilho e algum pão.”

A nutricionista convenceu o marido a manter o filho na dieta, mas a falta de sal e açúcar motivou protestos da sogra, “Ela reclamou, disse que a comida ficaria sem sabor nenhum. Mas eu expliquei que assim é que o Rafael sentiria o verdadeiro gosto dos alimentos.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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