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Por Redação O Sul | 10 de fevereiro de 2018
O líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, convidou o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, a visitar Pyongyang, no que seria a primeira visita em mais de uma década envolvendo chefes de Estado dos dois países.
Mas o convite coloca Moon Jae-in em situação delicada, já que os Estados Unidos, um de seus principais aliados, enxergam com desconfiança a aproximação entre os dois países e as intenções de Kim Jong-un em melhorar a relação diplomática com a Coreia do Norte.
O convite para a visita a Pyongyang foi feita por meio de um bilhete escrito à mão e entregue pessoalmente por Kim Yo-jong, a influente irmã do líder norte-coreano, ao presidente sul-coreano, durante uma reunião no palácio presidencial de Seul, após a abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno, sediados na cidade de PyeonChang.
O envio de uma delegação norte-coreana para competir nos jogos foi um forte gesto de aproximação. E as delegações das duas coreias marcharam juntas na abertura da Olimpíada, carregando uma bandeira com o mapa dos dois países unidos.
Riscos
Mas o convite feito à Coreia do Sul pode causar embaraços a Moon Jae-in, já que ocorre após uma série de testes com mísseis realizados ao longo de 2017 pela Coreia do Norte e de ameaças trocadas entre Kim Jong-un e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Enquanto Coreia do Sul e Coreia do Norte se aproximam, a relação entre os EUA e o governo norte-coreano continua a se deteriorar.
Recentemente, em seu primeiro discurso sobre o “Estado da União”– fala anual do presidente americano a parlamentares, integrantes das Forças Armadas e ministros da Suprema Corte – Trump provocou a Coreia do Norte ao homenagear um desertor do regime.
Aliada próximo dos Estados Unidos, a Coreia do Sul fica em situação diplomática delicada com o governo norte-americano se aceitar o convite para visitar Pyongyang. Por outro lado, uma rejeição pode ser encarada como ofensiva pelos norte-coreanos.