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Por Redação O Sul | 8 de julho de 2017
O dólar comercial perdeu força mesmo com uma criação mais forte de emprego nos Estados Unidos. A moeda americana recuou 0,48% ante o real, cotada a 3,285 reais, indo na contramão do mercado global. Na semana, a divisa recuou 0,88%. Já o Ibovespa, principal índice de ações da B3 (ex-BM&FBovespa e Cetip), teve leve queda de 0,23%, aos 62.322 pontos – e 0,92% na semana.
Os Estados Unidos anunciaram que a criação de vagas em junho ficou em 222 mil novos postos de trabalho, bem acima dos 179 mil esperados. O dado indica um maior aquecimento da economia americana e faz a divisa ganhar força em escala global. O “dollar index” registrava alta de 0,20% próximo ao horário de encerramento dos negócios no Brasil. “Mesmo com o payroll (dado do emprego) vindo acima das expectativas, o dólar aqui passou a cair em função do aumento na taxa de desemprego americana, que subiu para 4,4%, contra uma previsão de 4,3%”, avaliou Jefferson Luiz Rugik, analista da Correparti Corretora de Câmbio, acrescentando que o dólar perdeu força frente a outras moedas de países produtores de commodities.
No Brasil, no entanto, prevaleceram fatores internos. A deflação de 0,23% em junho, segundo o IPCA do mês, faz as taxas futuras de juros de vencimentos mais curtos caírem, com a expectativa de que o Banco Central possa ser mais agressivo em seu processo de corte da Selic. Os com vencimento em janeiro de 2018 fecharam a 8,795%, ante 8,805% do fechamento de ontem. Junto a esse movimento, o dólar perde força internamente.
Em meio aos indicadores econômicos, os investidores seguem de olho no cenário político. Um dos focos de atenção é com a Câmara dos Deputados, que irá votar a rejeição ou não da denúncia da Procuradoria Geral da República contra o presidente Michel Temer.
Bolsa
No segmento de ações da B3, as ações da Petrobras recuaram e puxaram o índice para baixo. O motivo foi mais um tombo no preço do petróleo, após uma leve recuperação no início da semana.
“O petróleo está caindo bem e a Petrobras acompanha. As notícias de produção mais forte do petróleo, expansão do shale gas e montadoras se voltando para os carros elétricos pressionam o óleo e levam para o negativo. Com isso, a Petrobras vai junto”, explicou Luis Gustavo Pereira, estrategista chefe da Guide Investimentos.
As preferenciais (PNs, sem direito a voto) caíram 1,97%, cotadas a 11,93 reais, e as ordinárias (ON, com direito a voto) tiveram desvalorização ainda maior, de 1,93%, a 12,68 reais, seguindo o mercado externo do petróleo. O barril do tipo Brent recuava 2,64%, a 46,84 dólares.
Depois de dispararem na quinta-feira com o projeto de reforma do setor elétrico, os papéis da Eletrobras tiveram menos fôlego no atual pregão. As PNs registraram desvalorização de 1,30% e as ONs subiram 1,30%.
E mesmo com a perspectiva de uma queda de juros mais forte, os bancos operaram em terreno negativo. As preferenciais do Itaú Unibanco caíram 0,95% e os papéis do Banco do Brasil recuaram 1,33%. As PNs do Bradesco tiveram leve alta de 0,10%.