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Brasil O dono de uma construtora afirmou que as licitações eram direcionadas e que era obrigado a devolver parte do que recebia para o ex-governador do Rio de Janeiro Anthony Garotinho

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Garotinho é levado por agentes da PF para o presídio em Benfica. (Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil)

O empresário José Gomes Ribeiro de Castro afirmou, em depoimento à PF (Polícia Federal), que era obrigado a devolver 10% de todos os pagamentos que recebia da prefeitura de Campos, durante a gestão de Rosinha Garotinho, para o grupo do ex-governador Anthony Garotinho. O dinheiro, segundo ele, era entregue em espécie ao policial civil aposentado Antônio Carlos Ribeiro da Silva, conhecido como Toninho, apontado pela PF e pelo Ministério Público Eleitoral como operador e braço armado de Garotinho.

Segundo o empresário, havia também na prefeitura um esquema de direcionamento de licitações. Ele afirma que, após a publicação dos editais, Garotinho determinava qual empresa deveria executar a obra, por ser o “prefeito de fato da cidade”. As construtoras, então, se reuniam na sede do sindicato para definir quem iria “dar cobertura” à proposta vencedora.

“Que era claro para todos os empresários e para a diretoria do sindicato que o direcionamento das obras, bem como a partilha delas na lista de espera, era de conhecimento e ordem de Anthony Garotinho, ex-secretário municipal de Governo”, disse Castro, citando o mecanismo que abastecia o caixa direcionado para as campanhas eleitorais de Garotinho, Rosinha e aliados. “Que esclarece que todas as vezes em que recebia pagamentos por obras executadas para a prefeitura era instado a devolver 10% do valor recebido. Que esse dinheiro era sempre entregue a um indivíduo conhecido como Toninho”.

Sócio da Conan Construções, o empresário citou como exemplo a construção de uma quadra poliesportiva em uma escola municipal, em 2012. O contrato, segundo o Diário Oficial do município, era de R$ 502 mil.

Garotinho e Rosinha foram presos, na quarta-feira, acusados de integrarem uma organização criminosa que arrecadava recursos ilícitos para campanhas. Em nota, eles negaram “veementemente que as acusações sejam verdadeiras” e atribuíram as prisões à “perseguição que vêm sofrendo” desde as denúncias que fizeram contra o ex-governador Sérgio Cabral.

Caixa D’Água

Batizada de “Caixa D’Água”, a operação que prendeu os ex-governadores Anthony e Rosinha Garotinho na manhã desta quarta-feira faz alusão à forma como era tratada a arrecadação de uma campanha eleitoral. De acordo com os investigadores, um aliado de Garotinho dizia que o esquema tinha que ser igual ao utensílio: “Primeiro, você enche. Depois, sai distribuindo para quem precisar”.

Os ex-governadores foram presos sob a acusação de, ao lado de outras seis pessoas, integrarem uma organização criminosa que arrecadava recursos de forma ilícita com empresários com o objetivo de financiar as próprias campanhas eleitorais e a de aliados, inclusive mediante extorsão.

Os mandados de prisão foram expedidos pelo juiz Glaucenir de Oliveira, titular da 98ª Zona Eleitoral de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. O atual secretário de governo, Fábio Bastos, não é citado na investigação e nem é alvo da operação “Caixa d’Água”.

O dinheiro da JBS, segundo Saud, fazia parte de um montante de R$ 20 milhões usado pela empresa para comprar o apoio do PR ao PT na eleição de 2014. Os recursos representavam uma “poupança” referente a benefícios irregulares conquistados pela empresa, como linhas de crédito no BNDES.

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