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Mundo O encontro entre os líderes das duas Coreias foi concluído com gestos de aproximação inéditos, mas sem detalhes sobre o plano para desmontar o arsenal nuclear norte-coreano. As negociações anteriores fracassaram após promessas semelhantes

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Em um gesto raro, Kim reconheceu a precariedade da infraestrutura de seu país, segundo o porta-voz de Moon. (Foto: Reprodução)

Em uma cúpula histórica, marcada pelo simbolismo e referências à identidade comum, os líderes das duas Coreias prometeram  trabalhar pela “completa desnuclearização” da península e a aprovação, ainda neste ano, de um acordo de paz que coloque fim oficial à Guerra da Coreia (1950-1953). Não há referência de como o Norte eliminaria seu arsenal nuclear, promessa feita em outras ocasiões.

O comunicado assinado pelo presidente sul-coreano, Moon Jae-in, e pelo ditador norte-coreano, Kim Jong-un, não menciona o preço que será cobrado por Pyongyang nem traz uma definição clara do que significa “desnuclearização”. Com isso, temas mais espinhosos serão tratados na cúpula que Kim terá com o presidente dos EUA, Donald Trump, em data ainda a ser definida.

“A declaração é bastante semelhante à que os dois países aprovaram em 2007, na qual também falaram na busca de um acordo de paz”, disse Mark Tokola, vice-presidente do Korean Economic Institute of America. Em um sinal das potenciais divergências em torno do significado de “desnuclearização”, ele observou que a agência oficial norte-coreana descreveu o encontro como uma discussão sobre o fim das armas nucleares em todo o mundo, o que não está nos planos dos americanos. Ainda assim, Tokola ressaltou que o simbolismo e os gestos são importantes. “Havia uma atmosfera de ‘nós somos todos coreanos’, que ajudou a criar um clima de cooperação.”

Depois de um ano em que foi acusado de mandar matar seu meio-irmão com armas químicas e tratado como um pária por intensificar seus testes nucleares, Kim usou a cúpula para reforçar a nova face diplomática que cultiva desde seu discurso de ano-novo, no qual declarou a intenção de enviar uma delegação para a Olimpíada de Inverno na Coreia do Sul. Foi a senha para a reaproximação entre Pyongyang e Seul.

“Vim para pôr um fim à história de confrontação”, disse Kim durante encontro com Moon. Os dois lados decidiram dar passos nessa direção, ainda que simbólicos, e concordaram em acabar com as transmissões e distribuição de folhetos de propaganda na direção do outro lado da fronteira. Antes do encontro, os líderes já haviam criado uma linha direta de comunicação, que prometeram usar com frequência a partir de agora.

No jantar, as delegações dos dois países cantaram a canção folclórica Arirang, que tem centenas de anos e é considerada o hino informal da Coreia. A sobremesa estava decorada com um mapa da península unificada, aspiração pela qual os dois lados prometeram trabalhar.

“Apesar da atmosfera positiva, o que está faltando nessa cúpula é uma clara indicação de qual a posição de Kim em relação à desnuclearização e se ele está disposto a abrir mão de suas armas nucleares desta vez ou se está interessado em ‘alugar’ temporariamente um congelamento em troca de alívio de sanções, assistência energética e redução da pressão”, escreveu Victor Cha, do Center for Strategic & International Studies. Ele chegou a ser cotado por Trump para ser embaixador em Seul.

A Coreia do Norte prometeu acabar com seu programa nuclear no passado, mas nunca cumpriu, apesar do envio de ajuda econômica. Em seu discurso de ano-novo, Kim disse ter atingido a meta de desenvolver um arsenal nuclear. Para Tokola, seu principal objetivo agora é o desenvolvimento econômico da Coreia do Norte e a redução da disparidade entre os dois lados da península.

Em um gesto raro, Kim reconheceu a precariedade da infraestrutura de seu país, segundo o porta-voz de Moon, especialmente quando comparada aos trens rápidos da Coreia do Sul. Depois de o sul-coreano mencionar a visita que fará a Pyongyang, Kim observou: “Vai ser embaraçoso. O sistema de transportes não é bom.”

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