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Economia O estilo de vida luxuoso do brasileiro Carlos Ghosn deu munição à Nissan para derrubá-lo da presidência

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O brasileiro foi preso em novembro no Japão. (Foto: Reprodução)

A casa que ajudou a deflagrar a queda de Carlos Ghosn é uma mansão cor de rosa em um dos bairros mais dispendiosos de Beirute. As paredes eram decoradas com retratos do titã da indústria automotiva, que supervisionou pessoalmente, com a ajuda de sua segunda mulher, a compra e reforma da propriedade, um projeto em valor total de US$ 15 milhões (R$ 58 milhões), disseram pessoas próximas a Ghosn. Dois sarcófagos antigos, encontrados durante a reforma, ficam visíveis, por uma porta de vidro que conduz a uma adega. As informações são do The Wall Street Journal.

No começo do ano, uma equipe de executivos da Nissan, trabalhando sem que Ghosn estivesse informado, descobriu que a casa de Beirute e outras propriedades haviam na verdade sido compradas pela empresa, por meio de uma rede de companhias de fachada. A Nissan, que Ghosn comandava desde 1999, em uma aliança cada vez mais desconfortável com a Renault, também pagou pela reforma, de acordo com pessoas informadas sobre o assunto.

A descoberta do papel da Nissan em financiar o estilo de vida luxuoso de Ghosn serviu como estopim para a frustração e descontentamento que vinham se acumulando há muito tempo na companhia – e pode ter esvaziado planos de Ghosn para agir preventivamente contra sua direção.

Este relato, baseado em entrevistas com dezenas de veteranos da Nissan e pessoas informadas sobre a investigação, mostra que as acusações de que ele ocultou sua remuneração e fazia gastos pessoais pesados usando dinheiro da companhia se entrelaçam a um profundo descontentamento quanto ao longo reinado de Ghosn na montadora. Empregados da Nissan se queixavam de que os lucros da companhia serviam para escorar a Renault, e muitos temiam que Ghosn estivesse preparando uma tomada de controle pela Renault de sua parceira japonesa, uma empresa de maior porte.

Por meses, um grupo de executivos da Nissan recolheu informações sigilosamente sobre Ghosn, preparando a operação realizada em 19 de novembro contra ele e um importante assessor, Greg Kelly. O grupo conseguiu persuadir Kelly, que trabalha nos Estados Unidos, a viajar ao Japão no dia em que a chegada de Ghosn era esperada. As manobras permitiram que a procuradoria pública japonesa detivesse os dois homens rapidamente, e conduzisse revistas na sede da empresa e no apartamento de Ghosn em Tóquio, poucas horas mais tarde, dizem pessoas informadas sobre os acontecimentos.

Quando Hiroto Saikawa, sucessor escolhido a dedo por Ghosn para a presidência executiva da Nissan, realizou uma reunião com o pessoal na sede da empresa para explicar o acontecido, os empregados reunidos aplaudiram espontaneamente, de acordo com pessoas presentes. Os sentimentos negativos contra Ghosn na Nissan vinham ganhando força “como um vulcão”, diz uma pessoa informada sobre as investigações da companhia.

Foi uma virada súbita para um homem no passado reverenciado como salvador da Nissan, e um dos mais poderosos líderes da indústria automobilística. Depois de sua detenção, em novembro, a Nissan rapidamente destituiu Ghosn da presidência de seu conselho, e a Renault, da qual ele é presidente-executivo e do conselho, empossou líderes interinos. Em 10 de dezembro, Ghosn foi formalmente acusado por ocultar sua remuneração, em documentos financeiros da Nissan. A Renault agora está pressionando a Nissan pela convocação de uma assembleia de acionistas urgente a fim de lidar com os “riscos significativos” para a aliança.

O advogado que representa Ghosn no Japão não respondeu a pedidos de comentário. Uma pessoa informada sobre a defesa legal do executivo diz que Ghosn continua a se declarar inocente.

Enquanto isso, ele permanece detido e, sob o sistema criminal japonês, sua detenção pode se estender até 2019, com os procuradores acrescentando acusações enquanto o executivo aguarda julgamento.

Os procuradores japoneses não apresentaram acusações ou mencionaram suspeitas quanto às despesas de Ghosn ou seu uso de propriedades da empresa. Mas a casa de propriedade da Nissan que ele usava em Beirute e uma segunda casa no Rio de Janeiro se tornaram foco de batalhas judiciais, depois que a Nissan assumiu o controle dos imóveis e trocou as fechaduras. Membros da família de Ghosn recorreram à Justiça para recuperar o acesso a propriedades pessoais, obras de arte e dinheiro guardados nos imóveis.

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