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Mundo O ex-médico que abusou de 150 mulheres tinha denúncias há 20 anos

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Um levantamento dos relatos das jovens indica que o ex-profissional escapou de oito denúncias, desde 1997. (Foto: Reprodução)

Denunciado por mais de 150 mulheres, o ex-médico Larry Nassar poderia ter sido parado há 20 anos. Ele foi condenado, na quarta-feira, a até 175 anos de prisão por abuso sexual. Ainda assim, um levantamento dos relatos das jovens indica que o ex-profissional da equipe de ginástica olímpica dos Estados Unidos e da Universidade de Michigan escapou de oito denúncias, desde 1997, porque autoridades, treinadores e até parentes não acreditaram nas vítimas e fizeram com que elas sentissem culpa ou vergonha de levar a história a público.

Entre as vítimas, estão as campeãs olímpicas Simone Biles e Aly Raisman. Segundo a “NBC News”, que compilou as queixas das mulheres convidadas a testemunhar no julgamento, houve oito momentos, em 20 anos, em que as autoridades poderiam ter apurado os abusos e evitado novos crimes. A indignação contra Larry Nassar, que já cumpria pena de 60 anos de cadeia por pornografia infantil, se estendeu às instituições nas quais ele trabalhou, que falharam em investigar as denúncias de alunas e atletas.

O Comitê Olímpico americano abriu uma apuração independente para apurar o histórico de Nassar e o procurador-geral de Michigan também se comprometeu a revisar os casos. Em 1997, Larissa Boyce, de 16 anos, e uma colega de 14 contaram à treinadora Kathie Klages, da universidade que o médico as havia penetrado com as mãos durante uma “desconfortável” consulta. A técnica respondeu, à época, que as duas não haviam entendido o procedimento médico e contou tudo para Nassar. As jovens se desculparam com o profissional pelo suposto “engano”, contou Larissa no tribunal.

No ano passado, Kathie se aposentou ao ser suspensa por defender o ex-médico, já lotado de queixas. O advogado dela sustenta que a cliente teria protegido as atletas se suspeitasse de algum crime. Em 1999, a velocista da universidade Christie Achenbach se consultou por uma lesão na coxa. Ele a tocou na área pélvica e também a molestou. Ao contar para a treinadora, Kelli Bert, ouviu que o médico era muito respeitado e merecia confiança no tratamento. Kelli disse ao “Detroit News” que não se lembrava da queixa e que teria reportado abusos sexuais.

Um ano depois de Christie, foi a vez da jogadora de softball Tiffany Lopez se consultar com o médico. À “NBC News”, ela contou que Nassar fez “tratamentos intravaginais”, que a deixavam desconfortável. Sua treinadora, Lianna Hadden, achou chocante, mas outra técnica da equipe disse que Nassar era “renomado” e tratava a elite do esporte. Tiffany destacou que, em vez de ser acudida, foi tratada como “louca”. As treinadores não retornaram o contato da reportagem.

No mesmo período, a atleta de vôlei Jennifer Rood Bedford denunciou o profissional também a Lianna Hadden. Ela já sabia da má fama de Nassar, criticado por se centrar na pélvis nos tratamentos, mas precisou se consultar. Abusada, ela ouviu da técnica que uma queixa pediria uma investigação e decidiu não levar adiante por se envergonhar do caso.

Em 2004, quando tinha 12 anos, atleta Kyle Stephens contou a seu psicólogo da universidade que Nassar, amigo de sua família, abusada dela há seis anos. O profissional Gary Stollak não reportou o caso à diretoria, segundo a jovem, mas organizou uma reunião entre o médico e seus pais, que preferiram acreditar no abusador. No tribunal, Kyle destacou que a relação familiar degringolou. Ela acredita que o pai cometeu suicídio, em 2016, ao ver que a filha falava a verdade. O psicólogo alegou que sofreu um derrame e não se lembrava. No mesmo ano, Brianne Randall, então com 17 anos, denunciou Nassar à polícia de Meridien Township, que convocou os pais dela e acabou por não enviar a queixa à promotoria.

 

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https://www.osul.com.br/o-ex-medico-que-abusou-150-mulheres-tinha-denuncias-ha-20-anos/ O ex-médico que abusou de 150 mulheres tinha denúncias há 20 anos 2018-01-26
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