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Brasil O ex-ministro Antonio Palocci confirmou propina para a campanha de Dilma em uma conta de um dos donos da JBS/Friboi, Joesley Batista, no exterior

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Palocci foi operador financeiro da campanha que elegeu Dilma Rousseff presidente. (Foto: Antonio Cruz/Agencia Brasil)

Operador financeiro da campanha que elegeu Dilma Rousseff presidente, em 2010, o delator e ex-ministro dos governos petistas Antonio Palocci afirmou em um depoimento ter conhecimento de que o empresário Joesley Batista, dono da J&F, abriu uma conta no exterior para depositar a propina devida ao partido e acertada com o ex-ministro Guido Mantega, outro operador da campanha. Palocci confirmou o relato da delação premiada de Joesley e disse que ele também lhe ofereceu a utilização da conta caso precisasse receber dinheiro no exterior. Segundo a delação de Joesley, as contas abastecidas com US$ 150 milhões pelo grupo empresarial no exterior foram utilizadas pelo PT para comprar o apoio de aliados e financiar o caixa dois da eleição de Dilma. As informações são do jornal O Globo.

“Posteriormente, Joesley teria aberto uma conta no exterior, onde depositava recursos políticos. (…) Joesley referiu que emprestava a conta para Guido e Vaccari para que recebessem valores envolvendo acordos ilícitos do PT”, relatou o ex-ministro. Palocci afirmou ainda que, tempos depois de tomar conhecimento do tema, um outro empresário “lhe narrou ter depositado valores destinados ao PT nessa conta do Joesley no exterior”.

Preso em setembro de 2016, o ex-ministro firmou delação com a Polícia Federal em Curitiba e em Brasília. Pelo acordo, ele foi transferido para o regime domiciliar em novembro do ano passado. Palocci foi condenado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro a 12 anos e dois meses de prisão pelo então juiz Sergio Moro na Operação Lava-Jato. Este novo depoimento é sigiloso e foi prestado nas investigações da Operação Bullish, que apura irregularidades em repasses do BNDES à JBS. Palocci foi ouvido em setembro do ano passado pelo procurador Ivan Cláudio Garcia Marx, da Procuradoria da República no Distrito Federal.

Ainda sobre a conta no exterior destinada ao PT, o ex-ministro afirmou que ele “ofereceu ao declarante o uso dessa conta, caso o declarante a necessitasse para receber algum valor de quem quer que fosse”. Disse, porém, que recusou a utilização da conta. Palocci prestou depoimento para as investigações da Operação Bullish, que mira irregularidades em financiamentos do BNDES para a JBS.

Apesar de Palocci já ter assinado acordo de delação premiada, os investigadores da Bullish não aderiram ao acordo – o que significa que o ex-ministro ainda pode ser denunciado por irregularidades no caso.Questionado, ele confirmou que tinha uma relação de amizade com Joesley, que incluía viajarem juntos com suas famílias. “No entanto isso não lhe impede de dizer a verdade sobre o ocorrido”, disse Palocci.

Influência

O ex-ministro apareceu na investigação porque prestou consultoria à JBS, por meio de sua empresa Projeto, sobre um dos negócios da empresa que receberiam aporte da JBS, a aquisição de uma empresa norte-americana. Palocci disse que prestou serviço licitamente nesse caso e que desenvolveu estudos sobre o tema, mas que não foi solicitado a exercer influência no BNDES para a liberação dos recursos. Para isso, Joesley recorria ao próprio Guido Mantega, diz Palocci. “Joesley não lhe pediu apoio para conseguir nada no BNDES pois, segundo Joesley, isso era feito diretamente com o ministro da Fazenda, Guido Mantega”, afirmou.

Segundo o ex-ministro, Joesley acionava Guido Mantega para que este exercesse sua influência junto ao então presidente do BNDES Luciano Coutinho. “Joesley referia que era com Guido Mantega que ele tratava sobre todos os temas, tendo apenas conversas normais com Luciano Coutinho (…). Guido posteriormente falava com Luciano Coutinho”.

Para Palocci, não existia uma estrutura “corrupta” no BNDES nos mesmos moldes que foi montado na Petrobras. “O declarante nunca teve notícia da existência de uma estrutura corrupta no BNDES, ao estilo da Petrobras; que, no entanto, a pressão ocorria sobre o presidente do BNDES, que atuava para que as coisas acontecessem internamente”, afirmou o ex-ministro petista.

Procurada, a defesa de Guido Mantega afirmou que Palocci “copiou” a delação de Joesley e disse que o empresário já havia admitido às autoridades que era o dono formal da conta supostamente aberta para o PT.

“Palocci, sob pena até de responder por crime de calúnia, precisa indicar que conta é essa e que essa conta pertence ao Guido, porque se não isso configura um dos crimes da lei 12.850/2013, que é a pretexto de colaborar com a Justiça, acaba caluniando outras pessoas com objetivo só de conseguir benefícios penais”, disse o advogado Fábio Tofic.

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