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Brasil O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega virou réu na Operação Zelotes por suspeita de ter beneficiado a empresa de um colega

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Mantega vai responder por formação de quadrilha (a partir de 2013 o crime virou associação criminosa), corrupção passiva e gestão fraudulenta de instituição financeira. (Foto: Agência Brasil)

O juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal do Distrito Federal, aceitou nesta segunda-feira a denúncia contra o ex-ministro Guido Mantega por advocacia administrativa na Operação Zelotes. Com isso, o ex-ministro da Fazenda passa a responder pela suspeita de ter atuado para beneficiar uma empresa do seu colega e empresário Victor Garcia Sandri em julgamentos do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), o tribunal da Receita Federal, no período em que era titular da pasta. Além do Mantega, o próprio Sandri e outros 11 se tornaram réus pelos crimes de corrupção e lavagem. As informações são do jornal O Globo e do MPF (Ministério Público Federal).

“A denúncia atende aos requisitos contidos no artigo 41 do Código de Processo Penal, descrevendo de modo claro e objetivo fatos que se amoldam à corrupção, advocacia administrativa tributária e lavagem de dinheiro”, assinalou o magistrado em decisão do dia 9 de março mas que foi publicada nesta segunda.

Para a força-tarefa da operação, a influência da organização criminosa sobre Mantega era “inquestionável” e o esquema para livrar a empresa de Sandri de uma multa de mais de R$ 110 milhões (em valores atualizados) não seria possível sem a atuação do ex-ministro.

Essa denúncia envolve o julgamento no Carf de multas aplicadas à Cimentos Penha, empresa do amigo de Mantega que remeteu US$ 46,5 milhões para o Uruguai e as Bahamas por meio de contas CC5 na década de 1990. A empresa foi multada pela Receita em R$ 110,4 milhões, em valores atualizados, e recorreu ao Carf para anular a dívida. Para a força-tarefa da Zelotes, a organização criminosa, que contava com conselheiros e ex-conselheiros do órgão, manipulou as nomeações e indicações para o Carf formando um “tribunal de exceção” que julgou o pleito da Cimentos Penha em 2012.

A empresa havia sido derrotada em primeira instância, mas ao recorrer ao Conselho Superior de Recursos Fiscais seu recurso foi aceito. De acordo com a denúncia, graças à organização criminosa, a maioria dos conselheiros que julgaram o caso da Cimentos Penha na Câmara Superior do Carf foi nomeada meses antes do julgamento que foi favorável à empresa. O MPF aponta que houve pagamento de propina de R$ 1,25 milhão para a empresa obter o resultado favorável. O jornal O Globo informou que tentou contato com a defesa de Mantega, mas não conseguiu.

O processo administrativo fiscal tramitou em todas as instâncias do Carf e o referido crédito foi exonerado no julgamento do recurso especial no Conselho Superior de Recursos Fiscais. Conforme a denúncia, todos os acertos feitos entre o conselheiro José Ricardo e o empresário Victor Sandri, dono da empresa Cimentos Penha, foram concretizados.

A denúncia narra ainda o pagamento de vantagens indevidas após a exoneração de crédito tributário da Cimentos Penha. As provas apontam para a utilização da empresa Gran Tornese, que tem como sócio Victor Sandri, para dissimular repasses de valores para o escritório Limoeiro e Padovan Advogados que, por indicação de José Ricardo, representou a Cimentos Penha no desfecho do processo administrativo fiscal no Carf. Registros de movimentação bancária de José Ricardo revelam depósitos não identificados em seu nome que em conjunto somam R$ 15 mil.

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