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Brasil O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha disse que o doleiro Lúcio Funaro lhe comprou dois carros sem ele saber

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Cunha disse ter certeza de que Funaro mentiu e omitiu informações em sua delação. (Foto:José Cruz/Agência Brasil)

Em depoimento na Justiça Federal, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) disse que o delator Lúcio Bolonha Funaro lhe pagou dois carros sem seu conhecimento. Funaro disse ter pago várias despesas pessoais de Cunha, o que inclui automóveis e até mesmo um apartamento que pertencia ao ex-jogador Vampeta. Cunha, porém, negou ter sido beneficiado com dinheiro de Funaro.

“Eu achava que estava devendo à loja, e não ele. Ele pagou sem me avisar que pagou. Agora, não tem essa história de dez carros”, disse Cunha, acrescentando: “Isso eu estou devendo e o pagarei”.

Funaro é apontado como operador de políticos do PMDB em esquemas de corrupção. Cunha contou que fez algumas operações financeiras com ele, mas não reconheceu irregularidades. Segundo o ex-presidente da Câmara, a ligação de Funaro com PMDB é “zero”.

“Todo mundo que ele conheceu foi através de mim. Ninguém sabe quem é Lúcio Funaro. Operador coisa nenhuma. É uma história que está inventando para conseguir uma delação. Se ele conseguir citar um nome (do PMDB) que não seja por mim, eu mudo de nome”, afirmou Cunha.

Cunha também ironizou as planilhas feitas por Funaro: “Se me der um computador, vou fazer uma planilha melhor do que a dele. Vou fazer colorida, botar florzinha, vai ficar mais bonita e vai ter mais credibilidade. Posso colocar Joãozinho, Manezinho.”

Cunha disse ter certeza de que Funaro mentiu e omitiu informações em sua delação. Questionado pelo procurador da República Anselmo Lopes sobre uma suposta assinatura sua numa planilha de Funaro, ele disse que o Ministério Público deveria primeiro fazer uma perícia nesse documento antes de dirigir perguntas a ele sobre o assunto.

Após negar participação em irregularidades juntamente com Funaro, Cunha foi questionado por que o delator lhe fazia tantos favores, como empréstimo de avião.

“Eu era uma pessoa de alguma projeção. Ele estava se beneficiando com essa relação. Para ele, fazer um pequeno favor para mim era uma forma de estar mais presente A gente não consegue fazer política sem avião”, respondeu Cunha.

Cunha presta depoimento na ação na qual é réu por suspeitas de irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela CEF (Caixa Econômica Federal). Além dele e de Funaro, são réus: o ex-ministro e ex-presidente da Câmara Henrique Alves, o ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto, e o empresário Alexandre Margotto. Cunha, Alves e Funaro estão presos. Cleto e Margotto, assim como Funaro, também firmaram acordos de delação.

Cunha negou ter indicado Cleto para o cargo. Afirmou que apenas mandou três currículos para o posto entre eles o de Cleto. Depois, contou, foi surpreendido quando saiu sua nomeação. Afirmou ainda que viria a conhecer Cleto somente depois disso. Disse que o ex-vice-presidente da Caixa era uma rainha da Inglaterra, por exercer pouco poder no cargo. O ex-presidente da Câmara também disse ter apresentado Funaro a Alves e ao ex-ministro Geddel Vieira Lima, mas negou ter tratado de propina com eles. Cunha também defendeu a legalidade e o valor da publicidade paga pela BR Vias – empresa da família Constantino, proprietária da companhia aérea Gol – em seu site, o “Jesus.com”. Segundo ele, tratava-se de um portal que reunia vários serviços.

Cunha também negou conhecer Margotto e ainda ironizou: “O senhor Margotto é candidato a corrupto fracassado. Até cano dos comparsas ele recebeu”.

Eduardo Cunha acusou a PGR (Procuradoria Geral da República) de ter deixado de checar informações da delação de Lúcio Funaro em razão da pressa de homologar o acordo e poder fazer uma nova denúncia contra o presidente Michel Temer. A denúncia ocorreu em 14 de setembro, faltando poucos dias para a saída do então procurador-geral da República Rodrigo Janot do cargo. Na avaliação de Cunha, Funaro contou várias mentiras em sua delação.

“O Ministério Público engoliu (a delação). Essa é que é a verdade. Passou a delação pela pressa de querer fazer a segunda denúncia contra Michel. Não tiveram o cuidado de examinar a realidade que Lúcio estava falando. Não tiveram tempo de investigar e comprovar. Não chegaram sequer a cruzar com a delação da própria JBS”, afirmou Cunha.

Ele ainda ironizou o depoimento de Funaro, prestado nos dias 27 e 31 de outubro. Os dois são réus num processo que na Justiça Federal de Brasília por suspeitas de irregularidades no Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS), administrado pela Caixa.

“Foi verdadeiramente um escárnio assistir o depoimento do Funaro”, disse Cunha, citando ainda o que seria uma mentira: “Joesley (Batista, empresário dono da JBS) não me deve um centavo. Me deve a dignidade. Funaro, não me coloque nessa sujeira. Eu não tenho nada a ver com isso.”

 

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