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Mundo O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Beslusconi ficou em silêncio ao ser interrogado sobre as relações entre o Estado italiano e a máfia

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Um dos homens mais ricos da Itália, Berlusconi tinha uma fortuna de quase US$ 7 bilhões. (Foto: Reprodução/Twitter)

O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi ficou em silêncio ao ser interrogado como testemunha no julgamento em segunda instância sobre as relações entre o Estado e a máfia. O processo tem como réu o ex-senador Marcello Dell’Utri, um dos aliados mais próximos do ex-premier e condenado em primeiro grau a 12 anos de cadeia. As informações são da agência de notícias Ansa.

Citado pela defesa de Dell’Utri, Berlusconi compareceu à Corte de Apelação de Palermo nesta segunda-feira (11), mas se valeu da prerrogativa de não responder aos questionamentos e também negou permissão para ser gravado ou fotografado no tribunal.

“Sob indicação de meus advogados, me valho da faculdade de não responder”, disse o ex-primeiro-ministro aos juízes. Berlusconi foi arrolado como testemunha investigada por crime possivelmente relacionado, já que é alvo de inquérito por suspeita de ser mandante de atentados cometidos pela máfia em 1993.

O processo “Estado-máfia” condenou, em abril de 2018, sete pessoas por um suposto complô entre o poder público e a Cosa Nostra para a interrupção dos atentados terroristas que a organização realizava nas principais cidades da Itália no início dos anos 1990.

A contrapartida para a máfia seria o relaxamento das penas de criminosos detidos. Além de Dell’Utri, foram condenados dois ex-comandantes da Arma dos Carabineiros, um ex-coronel, dois mafiosos e um delator da Cosa Nostra.

“Estou chocado pelo silêncio de Berlusconi. É um direito seu, mas me pergunto qual o sentido do silêncio de um ex-premier em um tribunal. Se ele se define como homem de Estado, é preciso ter a coragem da palavra, sobretudo em um tribunal”, disse o presidente da Comissão Parlamentar Antimáfia, Nicola Morra.

Inquérito

Berlusconi é investigado pelo Ministério Público de Florença por suspeita de ser o mandante de atentados cometidos pela máfia siciliana na capital da Toscana, em Milão e em Roma, em 1993.

O Tribunal de Florença autorizou o inquérito após o MP ter obtido interceptações de conversas na cadeia envolvendo Giuseppe Graviano, ex-chefe de um clã da Cosa Nostra preso desde 1994.

Os grampos foram feitos no âmbito da investigação que apura as relações entre o Estado e a máfia, conduzida pela Procuradoria em Palermo. Em uma das gravações, registrada em 2016, Graviano diz ao camorrista Umberto Adinolfi, seu companheiro de cárcere: “Berlusconi me pediu essa cortesia, por isso houve essa urgência”.

A palavra “cortesia” seria uma referência aos atentados de 1993, que antecederam a entrada do ex-primeiro-ministro na política. “Ele queria descer [entrar na política], mas naquele período havia os velhos, então ele me disse: ‘Seria preciso que uma coisa bela acontecesse'”, afirma Graviano em outro trecho das interceptações.

Além disso, o mafioso conta que “se sentou” com Berlusconi no início dos anos 1990 e deu “bem-estar” a ele. “Depois me aconteceu uma desgraça, fui preso, e você [Berlusconi] começa a me apunhalar. E por quê? Por dinheiro, para não perder o dinheiro”, acrescenta. Dell’Utri também é investigado pelo MP de Florença.

Contexto

O período entre 1992 e 1993 foi marcado por uma série de atentados da máfia nas principais cidades italianas.

Berlusconi foi eleito primeiro-ministro no ano seguinte e viria a governar o país em três períodos (1994-1995, 2001-2006 e 2008-2011).

Durante o julgamento do caso “Estado-máfia” em primeiro grau, o promotor Nino Di Matteo disse que a sentença comprovava que Dell’Utri transmitia os pedidos da Cosa Nostra ao governo Berlusconi.

 

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