Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 21 de novembro de 2017
Adolfo Lagos Espinosa, vice-presidente de telecomunicações da Televisa, foi assassinado no último domingo (19), aos 69 anos, quando passeava de bicicleta na rodovia Tulancingo-Pirámides, na Cidade do México. O executivo foi vítima de disparos, após um suposto assalto que originou uma troca de tiros entre os dois criminosos que o abordaram e os dois seguranças que o escoltavam, segundo a Gazeta Esportiva.
Espinosa chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu aos ferimentos.
A Televisa é investigada, ao lado da Rede Globo, pelo pagamento de propina à Fifa (a entidade máxima do futebol) e a dirigentes de alto-escalão do futebol, em troca da garantia de direitos de transmissão da Copa do Mundo. As autoridades mexicanas, no entanto, não confirmam qualquer relação do esquema de corrupção com o assassinato de Adolfo Lagos.
“O Grupo Televisa lamenta profundamente a morte do diretor Adolfo Lagos Espinosa que ocorreu no Estado do México. Nossas condolências a sua esposa, filhas e membros da família membros”, escreveu a Televisa no Twitter.
O assassinato do executivo também gerou uma nota de comoção do presidente do México, Enrique Peña Nieto. “Lamento e condeno os eventos em que Adolfo Lagos Espinosa perdeu a vida. Expresso minhas condolências aos seus familiares”, escreveu no Twitter. Peña Nieto acrescentou que a PGR (Procuradoria-Geral da República) mexicana colaborará nas investigações do caso para deter os responsáveis.
Na última semana, Jorge Delhon, advogado também envolvido na delação do escândalo, morreu ao ser atropelado por um trem em Lanús, na Argentina. A versão da polícia local aponta para um ato de suicídio.
O caso está mobilizando o país, uma vez que a PGR mexicana teria apontado, após investigações, que a bala retirada de uma das costelas da vítima pertenceria a um de seus seguranças particulares.
“Um puxou uma pistola e instantes depois foram ouvidos vários disparos. Posteriormente, vi esses indivíduos correndo em direção a uma moita de cactos, ao mesmo tempo em que continuavam disparando”, foram as palavras divulgadas em um comunicado de imprensa oficial da Promotoria, da única testemunha presente no momento do crime.
“Os resultados dos testes realizados pelos órgãos coincidem em determinar que a bala extraída do corpo da vítima, por suas características balísticas, foi disparada pela arma de um dos ocupantes da caminhonete [de escolta]”, também informou o comunicado.
O caso foi alvo de enorme pressão exercida por políticos, empresários e intelectuais do México, fazendo com que a investigação, que segundo a PGR ainda não terminou, avançasse de forma rápida.