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Mundo O Exército norte-americano dispensa imigrantes por risco à segurança. Reservistas e recrutas estrangeiros buscam nas Forças Armadas uma forma para se naturalizar

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Quase 300 profissionais atuam com a ONU, sobretudo na África e no Oriente Médio. (Foto: Reprodução)

Alguns imigrantes que são reservistas e recrutas do Exército dos EUA e que se alistaram nas Forças Armadas americanas porque isso lhes prometia um percurso para a cidadania estão sendo dispensados abruptamente.

A Associated Press não conseguiu quantificar o número exato de homens e mulheres alistados por meio do programa especial de recrutamento que foram dispensados do Exército, mas advogados especializados em questões de imigração disseram estar informados sobre mais de 40 pessoas que foram dispensadas, ou cujo status se tornou questionável, o que coloca em risco os seus futuros.

Meu sonho era servir nas Forças Armadas”, disse o reservista Lucas Calixto, imigrante brasileiro que abriu um processo contra o Exército americano na semana passada. “Porque esse país foi tão bom para mim, pensei que o mínimo que eu poderia fazer seria retribuir ao meu país adotivo, servindo nas Forças Armadas dos EUA.”

Alguns dos militares envolvidos dizem que não foram informados sobre o motivo de sua dispensa. Outros, que pressionaram em busca de respostas, disseram que o Exército lhes havia informado de que eram considerados como riscos de segurança porque tinham parentes no exterior ou porque o Departamento da Defesa não havia concluído verificações de antecedentes sobre eles.

Porta-vozes do Departamento da Defesa e do Exército disseram que devido a processos judiciais em curso, não podiam explicar as dispensas ou responder a perguntas sobre possíveis mudanças de normas em qualquer ramo das Forças Armadas.

As pessoas que buscam recrutamento precisam estar em situação legal nos EUA, por exemplo como portadores de vistos de estudantes, antes de se alistarem. Mais de cinco mil imigrantes foram recrutados para o programa em 2016, e 10 mil deles estão em serviço atualmente. A maioria deles serve o Exército, mas alguns se encaminham a outras das forças.

Para se tornarem cidadãos, os militares precisam ter serviço honroso, mas esse status pode lhes ser conferido depois de apenas alguns dias de treinamento. Mas os membros recentemente dispensados tiveram seu treinamento primário postergado, e por isso não podem se naturalizar.

Margaret Stock, advogada especializada em questões de imigração que trabalha no Alasca e tenente-coronel da reserva no Exército americano, ajudou a criar o programa militar de recrutamento de imigrantes e disse ter recebido numerosos pedidos de ajuda nos últimos dias, da parte de recrutas que foram dispensados abruptamente.

Todos haviam assinado contratos de alistamento e feito um juramento de lealdade ao Exército, disse Stock; muitos eram reservistas que estavam treinando com suas unidades e recebendo pagamento por esse período de treinamento; e outros eram parte de um programa de “entrada postergada”, ela disse.

Imigrantes servem no Exército desde 1775”, disse Stock. “Não teríamos vencido em nossa revolução sem os imigrantes. E não vamos vencer a guerra mundial contra o terrorismo sem imigrantes, hoje.”

O Departamento da Defesa não foi capaz de submeter os alistados a verificações externas de antecedentes, o que inclui checagem pela Agência Central de Inteligência (CIA), pelo Serviço Federal de Investigações (FBI) e pela Agência Nacional de Inteligência, e entrevistas por especialistas em informações. Portanto, eles não atendem aos requisitos de verificação de antecedentes.

É um círculo vicioso”, disse Stock.

A Associated Press entrevistou Calixto e recrutas do Paquistão e do Irã, todos os quais se declararam desolados com a dispensa inesperada.

Agora, aquela grande sensação que tive ao me alistar desapareceu”, disse Calixto, 28. “Não compreendo por que isso está acontecendo.”

Para tentar reverter a dispensa, ele abriu um processo em Washington na semana passada, afirmando que o Departamento da Defesa não lhe havia dado a oportunidade de se defender ou recorrer. Ele disse que não foram mencionados motivos específicos para a dispensa, exceto a “segurança do pessoal”.

Calixto, que vive em Massachusetts e está nos EUA desde os 12 anos de idade, afirmou em uma entrevista por e-mail organizada por intermédio de seu advogado que havia se alistado no Exército por patriotismo.

No processo, Calixto disse ter descoberto que estava sendo dispensado logo depois de ser promovido a soldado de segunda classe.

O militar paquistanês que falou com a Associated Press disse ter sido informado por telefone de que sua carreira militar estava encerrada, algumas semanas atrás.

Fiquei com os olhos tão cheios de lágrimas que minhas mãos não conseguiam se mover com rapidez suficiente para enxugá-las”, ele disse. “Fiquei desolado, porque amo os EUA e estava honrado por poder servir este grande país.”

Ele pediu que nome não fosse mencionado porque teme ser forçado a voltar ao Paquistão, onde poderá enfrentar risco, por ter servido no Exército americano.

tags: segurança

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