Terça-feira, 16 de abril de 2024

Porto Alegre

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O Exército retirou centenas de venezuelanos de praça cercada com tapumes em Boa Vista

Compartilhe esta notícia:

Boa Vista passa a ter oito abrigos para imigrantes. (Foto: Marcelo Camargo/Agencia Brasil)

Mais de 200 militares e 100 civis começaram por volta das 5h deste domingo (6) uma operação para retirar mais de 830 venezuelanos que estavam acampados na praça Simón Bolívar, em Boa Vista. A operação já era planejada há dias, e ocorreu neste domingo porque o novo abrigo temporário Santa Tereza foi finalizado na noite de sábado (5).

Os imigrantes, que já tinham sido cadastrados, são levados de ônibus para dois abrigos temporários na capital, ambos na zona Oeste. Há mais de um mês, a praça Simón Bolívar foi cercada com tapumes pela Prefeitura de Boa Vista.

Segundo o coronel Swami Fontes, assessor da Força Tarefa Logística e Humanitária, a operação já era planejada há dias.

Além dos 215 militares da Força Tarefa Logística Humanitária, participam da ação 25 guardas civis municipais, além de servidores da Secretaria Municipal de Gestão Social e integrantes da ONU.

Os abrigos para onde os imigrantes são levados são o Latife Salomão, unidade com 400 vagas aberta no dia 24 de abril, e o Santa Tereza, que tem 500 vagas, e começa a funcionar neste domingo.

“Todos que estão na praça Simón Bolívar serão abrigados nesses dois locais temporários porque eles têm capacidade suficiente para todas essas pessoas, são 900 vagas disponíveis “, afirmou o coronel.

No início da desocupação, os militares instalaram banheiros químicos e bebedouros no espaço cercado da Simón Bolívar. Depois, organizaram filas e começaram a esvaziar a praça. Os imigrantes foram avisados no sábado à noite acerca da retirada e não há registro de tumulto.

Antes do embarque, as bagagens e os pertences dos venezuelanos são vistoriados e embalados em sacolas plásticas. O objetivo, segundo o Exército, é evitar a entrada de drogas e armas nos abrigos. Três ônibus fazem a transferência dos imigrantes. O trabalho é custeado com os R$ 190 milhões liberados pelo governo federal ao Ministério da Defesa.

Até este domingo, a Simón Bolívar não tinha banheiros e nem água potável. Mesmo assim, era o principal ponto de aglomeração de venezuelanos recém-chegados a Boa Vista. O local começou a ser ocupado no final do ano passado e foi cercado com tapumes no dia 24 de março sob a justificativa de que será reformado pela Prefeitura.

A vida na praça era completamente improvisada. Os moradores se instalavam em barracas de camping, ou em estruturas de lona e madeira. Outros dormiam sobre papelões, e a situação se agravava ainda mais em razão da chegada do período chuvoso na capital. Para se alimentar, os venezuelanos faziam fogueiras e cozinhavam até mesmo em latas de tinta.

Quando esteve em Boa Vista, em fevereiro, o ministro da Defesa Raul Jungmann disse que a situação de quem vivia na praça “chocava muito”. No mesmo mês, o ministro dos Direitos Humanos Gustavo do Vale Rocha também esteve na Simón Bolívar e afirmou que os venezuelanos ali instalados “não tinham dignidade para viver”.

“A vida aqui era bem ruim, não tínhamos água, não tínhamos banheiro para fazer nossas necessidades. Acreditamos que nossa vida será melhor no abrigo”, afirmou o venezuelano Jesus Sifontes, que vivia desde fevereiro na praça, e era um dos coordenadores da ocupação.

Segundo ele, desde a noite de sábado a praça foi fechada para impedir a entrada de novos moradores e garantir que todos que já estavam lá conseguissem ser acomodados nos abrigos.

“Nossa última contagem indicou que tinham 940 pessoas aqui. A maioria dos estados venezuelanos de Anzoategui e Monáguas [ambos no Sul da Venezuela]”, detalhou.

No fim de abril, outra praça cercada com tapumes no Centro de Boa Vista também foi desocupada numa ação semelhante.

Ao chegarem aos abrigos, os venezuelanos vão sendo cadastrados, vacinados e identificados. No Latife Salomão, onde estavam os 200 venezuelanos levados a São Paulo e Amazonas na sexta (4), devem ficar famílias, casais, pessoas debilitadas e idosos. No Santa Tereza devem ser alojados os homens. Nos abrigos há beliches e barracas.

Com a abertura do novo abrigo temporário Santa Tereza, Boa Vista passa a ter oito abrigos para imigrantes venezuelanos, sendo seis permanentes e dois temporários. Juntos, eles têm mais de 3 mil pessoas. Todos são administrados em parcerias com ONGs, ONU e o Exército, e têm alimentação gratuita.

A prefeitura informou que a praça será revitalizada com jardinagem, pintura, manutenção e iluminação assim que todos os venezuelanos saírem de lá. O município não informou, no entanto, quanto será gasto no serviço e nem quando ele será concluído e a praça reaberta.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

O Inter enfrenta o Flamengo no Rio de Janeiro pelo Brasileirão neste domingo
Vice-governador José Paulo Cairoli assume como governador em exercício
https://www.osul.com.br/o-exercito-retirou-centenas-de-venezuelanos-de-praca-cercada-com-tapumes-em-boa-vista/ O Exército retirou centenas de venezuelanos de praça cercada com tapumes em Boa Vista 2018-05-06
Deixe seu comentário
Pode te interessar