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Brasil O Facebook não conseguiu evitar as fake news no Brasil

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Avaliação contradiz posição pública da empresa, que elogiou esforços para combater desinformação nas eleições de 2018. (Foto: Reprodução)

No ano passado, os executivos do Facebook elogiaram publicamente os esforços da empresa antes da eleição presidencial brasileira, como prova de seu progresso no combate à difusão de desinformações por meio de suas plataformas.

Mas, dentro do Facebook, o quadro era mais complicado.

Análises internas constataram que o gigante da mídia social não foi capaz de expor e evitar comportamentos suspeitos ou desinformação em larga escala, depois do assassinato da vereadora Marielle Franco em março de 2018, de acordo com documentos revisados pelo The Wall Street Journal.

O Facebook continuou a depender de terceiros, entre os quais a mídia, para identificar questões que afetavam a eleição de outubro daquele ano, porque ainda não havia desenvolvido instrumentos para “detecção proativa” de certos problemas, mostram os documentos.

O Facebook demorou quatro meses para desmantelar uma rede de contas que espalhavam desinformações sobre Marielle depois de seu homicídio, um evento que polarizou ainda mais o Brasil nos meses que antecederam a eleição presidencial ferozmente disputada.

E a empresa também descobriu que uma organização de direita que apoiava o candidato vencedor, Jair Bolsonaro, estava encorajando seus seguidores no Facebook a usar um app externo que permitia que a organização postasse em nome deles mensagens em favor do candidato, duas vezes por dia.

O Facebook não estava informado sobre essa atividade antes de ser alertado por jornalistas e não foi capaz de determinar até que ponto ela era comum, os documentos demonstram.

Os documentos, compartilhados amplamente entre os empregados do Facebook, mostram uma empresa que continuava a enfrentar problemas para lidar com a manipulação de seus serviços por interessados em difundir desinformação política, em anos de eleição.

Também destacaram os preparativos do Facebook para a eleição americana de 2020, quatro anos depois de a empresa ser severamente criticada por permitir o uso de sua plataforma para difundir desinformação e alterar a discussão política no curso de uma campanha aquecida.

Dirigentes do Facebook descreveram a revisão sobre o Brasil como uma avaliação interna inicial de sua campanha para reprimir a desinformação.

Nathaniel Gleicher, diretor de política de segurança na computação do Facebook, disse que as defesas da empresa haviam sido consideravelmente reforçadas desde que o relatório foi escrito, em agosto de 2018.

“Estou muito confiante na equipe que temos em operação”, disse Gleicher em entrevista. “Creio que estejamos em situação melhor hoje para identificar e bloquear essas coisas, muito mais do que em qualquer momento do passado.”

Nos últimos anos, o Facebook vem sofrendo ataques de autoridades regulatórias e governamentais em diversos países, por violações de privacidade e por permitir que retórica hostil e mensagens políticas divisivas poluam o processo democrático.

No Brasil, os meios de difusão de boatos políticos na mídia social, no ano passado, incluíam o Facebook e o WhatsApp, um serviço de mensagens criptografadas controlado pela companhia de Menlo Park (Califórnia).

Em resposta, o Facebook pediu desculpas no mundo inteiro, contratou milhares de pessoas e investiu mais e mais recursos na segurança de sua plataforma.

Gleicher disse que o Facebook encontrou e desmontou mais de 40 campanhas de influência em todo o mundo no primeiro semestre de 2019, ante apenas algumas no primeiro semestre de 2018 e “cerca de duas dúzias” no segundo semestre do ano passado.

Ele disse que o Facebook contratou dezenas de pessoas como parte de sua equipe central de investigadores que buscam campanhas de influência, entre os quais antigos policiais e procuradores públicos, e agentes de serviços de informações, assim como ex-repórteres investigativos.

A empresa menciona esses investimentos em resposta a apelos por uma ordem judicial de cisão do gigante de mídia social, afirmando que uma empresa menor teria dificuldade para mobilizar os recursos necessários para combater a desinformação.

O Facebook retrata seus esforços eleitorais de modo otimista, enfatizando seu progresso, embora reconheça que ainda restam problemas.

tags: Brasil

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https://www.osul.com.br/o-facebook-nao-conseguiu-evitar-as-fake-news-no-brasil/ O Facebook não conseguiu evitar as fake news no Brasil 2019-08-30
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