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Mundo O Facebook passará a usar uma tecnologia de reconhecimento facial para que a pessoa saiba todas as vezes em que uma foto com o seu rosto for postada na rede social

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Nova política, denominada GDPR, é definida por executivos como a maior mudança já adotada pela empresa. (Foto: Reprodução)

O Facebook anunciou que passará a usar tecnologia de reconhecimento facial para que o usuário saiba todas as vezes que uma foto com o seu rosto for postada. O vice-diretor de privacidade da empresa, Stephen Deadman, e outros executivos descreveram a GDPR (regulação de proteção de dados, na sigla em inglês) como a maior mudança que a rede social já passou desde que foi fundada, no início dos anos 2000.

Essa função seria extremamente útil para um homem em particular: Jonathan Hirshon, profissional de relações públicas, que há 25 anos está anônimo na internet. Apesar de ter perfis nas ferramentas, ele não publica nenhuma foto de seu rosto. Esse norte-americano tem mais de 3 mil amigos virtuais e regularmente atualiza seu perfil com informações pessoais: para onde vai durante as férias, o que cozinha para o jantar e seu estado de saúde.

Para ele, a decisão foi uma espécie de declaração radical de privacidade. “Eu decidi compartilhar tudo sobre mim, exceto o meu rosto. Meu rosto é minha essência de individualidade, e eu me recuso a renunciar à última informação identificável que posso controlar”, explica.

Controle

Um dos maiores debates de 2018 será sobre nossas informações pessoais: como compartilhar, o que grandes empresas como Facebook, Amazon e Google fazem com ela, e o que deveria acontecer caso elas sejam roubadas. Parte dessa discussão estará presentes em uma nova e dura legislação da União Europeia, que passará a valer a partir de maio. Ela dará ao cidadão maior controle sobre seus dados pessoais.

Há quem acredite que a GDPR vai transformar dados pessoais em uma mercadoria tão valiosa quanto o petróleo – dentre outras coisas, o cidadão poderia vender informações sobre si mesmo.

Hirshon espera que os Estados Unidos criem leis parecidas, mas duvida que alguém consiga ficar rico negociando informações pessoais. “Sou totalmente a favor (de dados pessoas virarem mercadoria), mas, para que isso dê certo, as pessoas teriam que mudam completamente suas mentalidades quando usam redes sociais”, diz. “Atualmente usamos as redes sociais como um serviço totalmente gratuito, que ganha dinheiro publicando anúncios direcionados a nós, porque as empresas de mídia sabem bastante sobre nós.”

Hirshon acredita que essa “virada” no uso de informações pessoais ainda vai demorar. “Vai ser apenas uma ideia até que as pessoas decidam pagar pelas redes sociais, tendo a opção de manter dados pessoais escondidos”, diz.

O norte-americano afirma estar ciente de que a internet é o local “menos anônimo” do planeta. “Privacidade é uma ilusão. A realidade é que, ao entrar na internet, você deixa vestígios em todos os lugares”, diz. Há 25 anos, quando a internet vivia sua infância, Hirshon tomou a decisão de manter as suas fotografias fora desse ambiente virtual.

“Começou como um jogo: eu queria ver quanto tempo eu conseguiria ficar sem publicar uma foto”, diz. “Tanto tempo depois ainda está funcionando”. Ele claramente gosta do status de “o homem mais misterioso da internet”.

Quando as pessoas perguntam porque ele faz isso, ele costuma brincar e dar quatro respostas a elas: “Digo que sou tímido, que eu trabalhava como espião, que estou no programa de proteção a testemunhas ou todas as alternativas anteriores”, ironiza. Ele diz que se recusa a confirmar ou negar a informação correta.

tags: tecnologia

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